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80% dos acidentes de trânsito envolvem embriaguez e velocidade. MT 010 está entre as mais críticas

ca4aa423bad7c73d2bce44f8e5317464Motociclistas com idade de até 30 anos são as maiores vítimas, aponta levantamento da Deletran

Velocidade e embriaguez ao volante são os dois principais causadores de mortes no trânsito de Cuiabá e Várzea Grande. A constatação é da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran) da Polícia Judiciária Civil, que também aponta os motociclistas com idade de até 30 anos as maiores vítimas.

Os dois fatores de acidentes são também os principais alvos das  fiscalizações das operações integradas Lei Seca. Até o começo de agosto de 2017, os órgãos de repressão e fiscalização de trânsito efetuaram a prisão de 544 condutores embriagados durante 21 edições da operação, que também resultou na retenção de 2.257 veículos conduzidos por motoristas sob efeito de álcool.

Dados da Coordenadoria de Estatísticas e Análise Criminal da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) apontam 100 mortes no trânsito, entre acidentais e homicídios culposos, no primeiro semestre nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande.

“O acidente grave com morte está ligado ao excesso de velocidade ou a embriaguez. São dois fatores que conseguimos trabalhar na fiscalização. Tanto a velocidade quanto o álcool, a fiscalização consegue inibir. Também houve implantação de um número grande de radares e lombadas eletrônicas que controlaram a velocidade em vias, que antes tinham muitos acidentes. A somatória dos dois impactará nas mortes”, disse o delegado da Deletran, Christian Alessandro Cabral.

Os indicadores não são novidades para os policiais e agentes de trânsito que acompanham todos os dias a realidade nas ruas e avenidas de Cuiabá e Várzea Grande. O investigador da Deletran, Jakson Aureliano Rondon Mendonça, conta que além da velocidade acima do permitido e da embriaguez, a imprudência, a falta de educação e habilitação são outras características dos condutores, principalmente os motociclistas.

"A gente vê que 70 a 80% dos condutores que se envolvem em acidentes não estão habilitados. Também não respeitam a sinalização, a ultrapassagem e as faixas de pedestre", disse.

Lei Seca

A operação Lei Seca teve início em 2014 e é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), Polícia Militar (PM-MT), Batalhão de Trânsito da PM, Polícia Judiciária Civil (PJC), Corpo de Bombeiros, Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Secretaria de Moblidade Urbana (Semob), Ministério Público Estadual (MPE), Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Na região metropolitana, de janeiro a junho, foram lavrados 738 autos de infração de trânsitos (AIT), realizadas 370 notificações por embriaguez, nos artigos 165 e 165 A, do Código de Trânsito; recolhidas 323 Carteiras de Habilitação (CNH); lavrados 84 autos de prisão em flagrante por embriaguez; apreendidos 316 veículos, realizados 2.085 testes de etilometros (bafômetro). A arrecadação com as multas das infrações administrativa e criminal é estimada na ordem de R$ 1.085.839,00. O dinheiro é revertido para políticas públicas de prevenção e educação no trânsito.

Inquéritos Policiais

A Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran), neste ano, instaurou 670 inquéritos policiais, dos quais 472 foram concluídos. De acordo com a Deletran, 80% dos inquéritos são de embriaguez ao volante, 15 % de homicídios no trânsito e 5% de lesão corporal com condutor sob efeito de álcool.

Para os crimes de homicídio, embriaguez e a lesão corporal causada por condutor embriagado, que não necessariamente resultou em flagrante, são instaurados inquéritos policiais. Já a lesão simples, quando o condutor não está alcoolizado, é feito termo circunstanciado de ocorrência, assim como a omissão de socorro, dirigir sem habilitação e fuga de local de acidente. São procedimentos de menor potencial ofensivo que vão para o Juizado Especial.

Quando é caracterizado homicídio doloso, a investigação é conduzida pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). “Se teve dolo vai para DHPP ou se a pessoa não morreu e ficou na tentativa vai para a delegacia da área”, explica Christian Cabral.

Acidentes e Causas

Com uma média de 10 a 14 atendimentos com vítimas por dia, levantamento da  Coordenadoria de Estatísticas e Análise Criminal da Secretaria de Estado de Segurança Pública (CEAC) aponta 1.491 lesões corporais no trânsito em Cuiabá e Várzea Grande, no período de 1 de janeiro a 30 de junho de 2017. No primeiro semestre de 2016 foram registrados 1.338 acidentes com vítimas lesionadas.

As duas vias mais críticas, com maiores índices de acidentes, são a MT 010 - estrada de acesso ao Distrito de Nossa Senhora da Guia -, em Cuiabá, e a Avenida Mario Andreaza, em Várzea Grande.

Para o delegado, no geral, os acidentes de trânsito têm se mantido estáveis, comparando ao crescimento anual da frota de veículos, ao contrário das ruas e avenidas que, em algumas, foram diminuídas ou sofreram afunilamento em decorrências de obras e criação de corredores exclusivos para ônibus.

“Fora isso tem os condutores do interior, que não estão acostumados com as condições da malha viária da cidade e acabam mais propensos a desenvolverem acidentes. Os acidentes vão acontecer. O que temos procurado é reduzir a cada ano é a lesividade, principalmente, os óbitos. Essa é a política”, avalia.

Na análise da Delegacia de Trânsito, as causas dos acidentes com motos, não relacionados ao consumo de álcool, estão ligadas a imprudência no trânsito a exemplos de manobras perigosas proibidas pelo Código de Trânsito, como andar no corredor das avenidas, avançar sinal e cruzar canteiros.

Os acidentes com automóveis, sem relação com a embriaguez, envolve a desatenção do condutor com o uso de celular ou equipamentos multimídia no carro, ligado também a imprudência.

“A imprudência não conseguimos detectar na fiscalização. Temos que trabalhar o viés educacional para que tenham mais responsabilidade na condução do veículo. A imprudência não se consegue trabalhar em operações e blitze, somente com educação no trânsito”, explica o delegado Christian Alessandro Cabral.

FONTE: MÍDIA NEWS

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