Taques defende investigação contra deputados, mas lembra direito de defesa
O governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), afirmou, nesta quarta-feira (30), que os deputados que receberam o suposto “mensalinho” do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) não devem ser condenados antecipadamente, mesmo com os vídeos, em que os parlamentares surgem enchendo malas, bolsas e os bolsos do paletó com dinheiro supostamente oriundo de propina.
Ponderado, Taques lembra que todos têm direito ao contraditório e à ampla defesa. Entre os parlamentares flagrados estão os que hoje fazem parte da base aliada do governo de Pedro Taques. Ainda assim, o governador disse que defende toda e qualquer investigação. “Ninguém está acima da lei. Toda investigação precisa ser feita”, repetiu à imprensa.
“Mesmo o deputado que aparece no vídeo tem direito ao contraditório e à ampla defesa. Tem que ser investigado, processado. Eu não posso condenar ninguém, eu não sou juiz. Eu não posso condenar ninguém sem o devido processo legal. No Brasil não é possível você já aplicar a pena mesmo com esse vídeo, tem que ouvir, tem que ter denúncia, tem que ter processo. Por isso que nós vivemos em uma democracia”, afirmou.
Os vídeos em que os deputados foram flagrados fazem parte das provas anexadas ao acordo de colaboração premiada do ex-governador Silval Barbosa. As cenas foram gravadas pelo ex-chefe de gabinete do peemedebista, Silvio Cezar Araújo.
O dinheiro entregue aos parlamentares era oriundo de propina paga por empresas que mantinham contratos com o governo do Estado. O “mensalinho”, segundo Silval, comprava o apoio dos deputados na Assembleia Legislativa.