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Partidos trocam as siglas por slogans e buscam "melhorar" imagem perante eleitorado pró-2018

Deputado federal Carlos Bezerra se anima com mudança do PMDB para o MDBO desgaste da representação político-partidária no Brasil criou uma nova tendência. Os partidos estão começando a trocar as velhas siglas e ideologias por “slogans” ou “marcas” na tentativa de se reaproximarem do eleitorado.

Até mesmo o PMDB está preparando a mudança para MDB, sigla do Movimento Democrático Brasileiro que aglutinou diversos setores progressistas para a resistência contra a ditadura militar nos anos 60, 70 e 80. A articulação tem a simpatia do presidente da sigla em Mato Grosso, deputado federal Carlos Bezerra.

“Nós teremos convenção nacional em setembro que vai apreciar isso. Provavelmente volta a ser MDB como era antigamente. Essa proposta é majoritária dentro do partido hoje”, diz o parlamentar.

O PTN, que se transformou em Podemos, acaba de conquistar a filiação do senador José Medeiros. O parlamentar deixou o PSD para se viabilizar à reeleição ou até mesmo ao governo estadual pela nova agremiação.

Já o PTdoB, do vereador por Cuiabá Juca do Guaraná Filho, se movimenta para se transformar em Avante. O PSDB, que na Capital tem o vereador Elizeu Nascimento, pretende mudar o nome para Democracia Cristã.

O PEN prepara a mudança para Patriota. Essa seria a condição para receber o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) que pretende representar uma alternativa de direita e conservadora à Presidência da República em 2018.

DO pioneiro deste processo foi o PFL que em 2007 se tornou Democratas, ou simplesmente, DEM. Agora estuda mudar para Centro Democrático para marcar o ingresso dos dissidentes do PSB que compõem a base do presidente da República Michel Temer (PMDB), o que inclui os deputados federais Fabio Garcia e Adilton Sachetti.

Outro exemplo são a Rede Sustentabilidade da ex-senadora e presidenciável Marina Silva. Existe também o Partido Novo que defende ideias liberais do século 18.

Para o cientista político João Edisom Souza, os partidos estão mudando de nome por “vergonha do espelho”. Avalia que os sucessivos escândalos desgastaram a imagem perante a população. “Os partidos foram se desnudando e ganhando característica de quadrilha e facção criminosa perante a opinião pública. Essas mudanças, na verdade, não mudam nada. Mudar de nome é colocar uma cortina sobre realidade”, pontua.

Segundo João Edisom, com exceção do MDB que busca o resgate histórico, todas as outras mudanças visam simplesmente fugir das siglas.

“A mudança de PMDB para MDB também falsifica a história. Se apropria de um movimento fundamental para a reconstrução da democracia brasileira para limpar a imagem de um partido fisiológico e envolvido em escândalos de corrupção”, conclui.

TSE

Nem todos os partidos já apresentaram a mudança para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se quiserem que as novas siglas apareçam nas urnas em 2018, devem oficializar o pedido até outubro. Segundo o TSE, foram 14 mudanças em nomes de partidos desde a Constituição de 1988.

FONTE: RD NEWS

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