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Em meio a crise, quase metade dos frigoríficos de MT são fechados - veja mapa

00000A redução da oferta de bovinos para abate no Estado nos últimos dois anos acarretou no fechamento de 18 plantas frigoríficas nos últimos 18 meses, média de uma por mês. O fato é que, mesmo sendo detentor do maior rebanho do país com cerca de 28 milhões de cabeças, a “escassez” do boi está mexendo com a economia de muitas cidades e claro, do Estado.

Para se ter ideia, das 41 unidades frigoríficas instaladas no Estado, 19 estão com as atividades paralisadas. Deste montante, sete fecharam as portas em 2015, entre as empresas estão a JBS instalada na Capital onde cerca de 500 funcionários foram demitidos; a Minerva Foods em Mirassol D’Oeste onde outros 700 perderem seus empregos; e ainda, o JBS/Friboi em São José dos Quatro Marcos onde mais 724 trabalhadores foram dispensados.

As outras unidades paradas estão localizadas em Cáceres, Várzea Grande, Sinop, Canarana, Nova Xavantina, Vila Rica, Juara, Matupá, Nova Monte Verde, Colíder, Pontes e Lacerda, Barra do Garças e Rondonopólis - veja detalhes nos quadros.

De acordo com o  o Sindicato das Indústrias de Frígoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), um dos fatores que contribuiu para essa situação é a saída do boi em pé, ou seja, a saída de bois vivos para outros Estados.

Entretanto, isso por si só não seria suficiente para ocasionar o fechamento de tantas plantas.

Para o presidente do Sindifrigo, Luiz Antonio Freitas Martins, mesmo com plantas paradas, a capacidade instalada de abate é muito superior a oferta de animais.  “Há pelo menos dois anos as plantas operam na ociosidade. Isso é ocasionado em razão do ciclo da pecuária, que dura de cinco, seis anos. Nosso rebanho está estagnado e isso faz parte do ciclo da atividade”, explica Martins.

Ele ressalta que o Estado já passou por outras situações semelhantes e que as unidades fechadas têm condições de retomar as atividades assim que a oferta de animais for reestabelecida.

Para a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a situação dos frigoríficos não tem ligação direta com a crise econômica que assola o país e concorda que a situação é reflexo do grande número de matrizes abatidas entre os anos de 2011 e 2013, comprometendo a oferta de animais para a reposição.

“Entre esses anos o abate de fêmeas ficou superior ao índice de equilibrio, que é 33%. Quando você ultrapassa você está teoricamente diminuindo o abate o que foi constatado em 2013 e 2014”, explica o presidente da Acrimat, José João Bernardes.

Para Bernardes, a ociosidade das plantas frigoríficas é decorrente ao número de unidades existentes no Estado e não da menor oferta de boi.

“Mesmo com as 18 plantas frigoríficas fechadas,  nossa  capacidade ociosa de abate continua superior a 25%. Nosso rebanho não sofreu grandes alterações, continuamos com o maior do Brasil. O abate diminuiu sim, é o menor nos últimos seis meses mas isso não levaria o fechamento de tantas plantas”, explica.

Para Bernardes, o que pode ter ocorrido foi uma má previsão por aqueles que se instalaram no Estado ou eles imaginaram que o rebanho iria crescer muito além do que cresceu. “Mas de qualquer maneira houve uma falha de planejamento pelas empresas que aqui se instalaram”.

Por O Divisor

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