Mato Grosso bate recorde de desempregados
Mato Grosso registrou em agosto o pior saldo de empregos dos últimos dez anos para o mês, retroagindo a níveis negativos. No mês passado, o Estado eliminou 633 empregos com carteira assinada. Isso quer dizer que no período foram demitidos mais trabalhadores do que contratados como demonstram os dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O número só se assemelha ao que ocorreu em agosto de 2005, no auge da crise do agronegócio, quando o saldo foi de -1.587.
O resultado do mês passado além de ser o quarto negativo do ano, contribuiu para que o acumulado de janeiro a agosto de 2015 em volume de geração de novas frentes de emprego registrasse o menor da série histórica do Estado, desde 2003, para o período, ao somar durante os oito meses do ano, 10.698 vagas, contra mais de 26 mil em igual período de 2014. Os cortes no nível de empregabilidade em agosto foram registrados em todos os estados do Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso do Sul que foi o maior demissor, ao dispensar 1.487 trabalhadores.
Os setores da atividade econômica mato-grossense que mais contribuíram para este resultado foram comércio, com a eliminação de 1.198 postos, seguido pela indústria de transformação (-405 postos). O saldo negativo que revela a eliminação de 633 vagas, é resultado da movimentação de contratações e demissões ao longo de agosto. No mês passado foram admitidos 33.481 trabalhadores, mas o volume de desligamentos superou o de acolhimentos: 34.114.
No saldo dos oito meses já contabilizados pelas estatísticas do MTE, em quatro deles Mato Grosso fechou com saldo negativo (março, abril maio e agosto) e em outros quatro com geração de novas frentes de trabalho (janeiro, fevereiro, junho e julho). Apesar do aparente equilíbrio na proporção dos meses, o resultado do acumulado do ano revela a perda de ritmo nas contrações, já que o saldo de geração de vagas encolheu 60% na comparação anual entre o volume de oportunidades que foram criadas entre janeiro e agosto do ano passado, 26.841, para o volume atual de 10.698, para o mesmo intervalo de 2015.
No país a queda foi registrada pelo quinto mês consecutivo. Em agosto, observou-se redução de 86.543 postos de trabalho, ou o correspondente a uma variação negativa de 0,21%, em comparação ao estoque anterior. Considerando a série histórica iniciada em 1992, esse foi o pior resultado para o mês desde 1995.
O Caged mostra queda do emprego em agosto em quatro das cinco regiões brasileiras. A única região que gerou emprego foi o Nordeste, com 893 empregos celetistas criados. No acumulado do ano, com exceção do Centro-Oeste brasileiro, as demais regiões diminuíram o nível de emprego. Já nos últimos 12 meses, todas as regiões tiveram perdas.
Com relação às unidades da Federação, nove estados tiveram elevação do nível de emprego. Em comparação ao mês anterior, somente quatro estados apresentaram comportamento mais desfavorável. “Esse é um sinal também de melhora em relação aos meses anteriores”, disse a coordenadora geral substituta de Estatística do ministério, Maria das Graças Parente.
Em termos absolutos, o destaque foi a Paraíba, com a geração de 4.293 postos, seguido de Alagoas (+2.505) e o Acre (+1.179 vagas). Nos dois primeiros estados, o resultado se deveu à atividade sucroalcooleira, enquanto no Acre, a influência foi o setor de serviços.
Por Folhamax