Bancários sinalizam iniciar greve dia 6 de outubro; bancos oferecem 5,5% de reajuste
A greve dos bancários deverá iniciar no dia 06 de outubro. Uma Assembleia está agendada para o dia 1º do próximo mês com a orientação de paralisação. A categoria rejeitou nesta sexta-feira, 25 de outubro, proposta da Federação Nacional dos Bancos (FENABAN) de 5,5% de reajuste salarial.
De acordo com o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e do Ramo Financeiro em Mato Grosso (SEEB-MT), a proposta apresentada pelos bancos representa uma perda de 4%, uma vez que atingiu 9,88%.
Para o presidente da SEEB-MT, José Guerra, a Federação Nacional dos Bancos agiu de forma "desrespeitosa" com os bancários.
"Essa proposta é a pior dos últimos anos. A categoria, com certeza dará uma resposta a altura desse total desrespeito. Os banqueiros não estão apenas desrespeitando os trabalhadores, mas todos os seus clientes do sistema financeiro, com tamanha falta de responsabilidade social. Essa proposta é inaceitável, diante dos lucros exorbitantes que os bancos estão tendo ano após ano”, declara em nota José Guerra.
Conforme o presidente da SEEB-MT, a orientação do Comando Nacional dos Bancários nas assembleias marcadas para o dia 1º de outubro é o de rejeição e repúdio ao proposto. "E, não resta alternativa a não ser o indicativo de greve a partir do dia 6".
Confira proposta dos bancos:
- Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).
- Piso portaria após 90 dias - R$ 1.321,26.
- Piso escritório após 90 dias - R$ 1.895,25.
- Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
- PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.
- PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.
- Antecipação da PLR : Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016; Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro;Parcela adicional - 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.
- Auxílio-refeição - R$ 27,43.
- Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 454,87.
- Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 378,56.
- Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 323,84.
- Gratificação de compensador de cheques - R$ 147,11.
- Requalificação profissional - R$ 1.294,49.
- Auxílio-funeral - R$ 868,58.
- Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 129.522,56
- Ajuda deslocamento noturno - R$ 90,67.
Confira as reivindicações do bancários apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários:
- Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
- PLR: 3 salários mais R$7.246,82
- Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
- Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
- Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
- Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
- Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
- Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
- O Comando Nacional protestou veemente contra esta mudança de desenho de campanha salarial apresentada pelos bancos, afirmou o presidente da Contraf-CUT.
Por Viviane Petroli – Olhar Direto