Rogers diz que operação foi farsa promovida por três delegados
Segundo o ex-sexretário, o delegado da Polícia Civil Flávio Stringuetta, forjou a investigação da Querubim, pois queria investigar o Governo do Estado. Ele teria tido a ajuda das delegadas Alana Cardoso e Alessandra Saturnino.
O ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, afirmou ao juiz Murilo Mesquita, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, que "a Operação Querubim foi uma farça".
Em 2015 a operação investigou, sob sigilo, um suposto plano de uma organização criminosa que estaria vinculada ao ex-comendador João Arcanjo Ribeiro e pretendia armar contra a vida do governador do estado, Pedro Taques (PSDB).
Segundo o ex-sexretário, o delegado da Polícia Civil Flávio Stringuetta, forjou a investigação da Querubim, pois queria investigar o Governo do Estado.
Ele teria tido a ajuda das delegadas Alana Cardoso e Alessandra Saturnino. Rogers afirmou que nunca houve ameaça contra Taques.
Segundo ele, Stringueta foi escolhido pelo desembargador Orlando de Almeida Perri para conduzir as investigações dos grampos, e deu continuídade as ilegalidades iniciadas pro Alessandra Saturnino e Alana Cardoso.
Grampolândia
Rogers é ouvido sobre o caso dos grampos ilegais em Mato Grosso, que ficou conhecido como "Grampolândia Pantaneira".
Ele afirmou que só soube do caso das interceptações telefônicas por meio da imprensa.
"Até hoje eu não sei o que ocorreu e se ocorreu [os grampos ilegais]. Conhecer esses fatos eu só sei pela imprensa", afirmou em depoimento.
Rogers afirmou ainda que quando houve a prisão de membros do primeiro escalão do Governo, o governador Pedro Taques lamentou, por se tartar de pessoas extremamente competentes.
Conforme o ex-secretário, a juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, encaminhou ofício ao governador Pedro Taques. Rogers foi chamado então pelo chefe do Executivo e recebeu o documento das mãos dele.
Ele declarou que questionou a delegada Alana Cardoso se a ordem para a ordem para grampear Tatiane Sangali partiu do ex-secretário Paulo Taques. Ela havia respondido que não.
O caso
Os telefones foram interceptados com autorização judicial. Os documentos pedindo à Justiça autorização para isso foram assinados pelo cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Correia Júnior, numa suposta investigação de crimes cometidos por PMs. No entanto, foram juntados os telefones de quem não era suspeito de crime algum, numa manobra chamada “barriga de aluguel”.
O caso foi denunciado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque. Em depoimento encaminhado à Procuradoria-Geral da República, ele afirmou que, naquele ano, ouviu o coronel Zaqueu Barbosa, comandante da PM à época, dizer que as interceptações telefônicas eram feitas por determinação de Pedro Taques (PSDB). Zaque alega ainda que levou o assunto ao governador, que ficou constrangido, mas não fez nenhum comentário.
Repórter MT