Silval cobrou 3% de propina nas obras da Arena; Romoaldo recebeu verba ilícita
As obras na Arena Pantanal também foram fonte cobrança de propina para pagar dívidas e abastecer campanhas eleitorais. A informação consta na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que foi homologada pelo STF. A revelação deste trecho do conteúdo foi feita por meio de reportagem divulgada no Jornal Nacional desta segunda (21).
Conforme o JN, Silval revelou que o esquema teria começado após a empresa Mendes Junior vencer a licitação para executar a obra. O ex-secretário da Secopa Eder Moraes foi incumbido de negociar o pagamento de propina. O valor acordado teria sido de 3% por cada etapa concluída da obra. Após a saída de Eder da pasta, o ex-secretário Maurício Guimarães teria dado continuidade ao esquema.
Além dos ex-secretários, Silval revelou a participação do deputado estadual Romoaldo Junior (PMDB) no esquema. Ex-presidente da Assembleia e ex-líder da gestão Silval, Romoaldo teria sido beneficiado com propina da empresa responsável pela iluminação do estádio, a Canal Livre Comércio e Serviços.
Entre R$ 200 mil e R$ 300 mil foram repassados de Romoaldo para o então chefe do Executivo. Não foi informado, entretanto, quanto Romoaldo teria "levado".
A reportagem lembra que até hoje o estádio não está concluído e custa R$ 600 mil mensais, o que causa prejuízo aos cofres públicos.
Outro lado
Eder e Romoaldo negaram o esquema. Já as empresas Canal Livre e Mendes Junior e o ex-secretário Maurício preferiram não comentar as denúncias. Silval está em prisão domiciliar após ter feito delação premiada, e usa tornozeleira. Ele ficou recluso no Centro de Custódia de Cuiabá por quase 2 anos.
Dados em relação a capacidade da Arena Pantanal, construída para a Copa do Mundo
Arena
Inicialmente, a obra da Arena estava orçada em R$ 342 milhões. Os trabalhos de construção do estádio, que ocupa uma área média de 300 mil m², começaram em abril de 2010.
Durante as obras, entretanto, foram feitos vários aditivos, o que elevou o valor a quase R$ 600 milhões.
O estádio está na lista das obras da Copa que ainda não foram "recebidas" pelo Executivo em razão da falta de "ajustes" no local, usado para sediar jogos do mato-grossense e eventos culturais como o Vem Para Arena.
Desde maio deste ano, abriga a Escola Estadual Governador José Fragelli, a Arena da Educação. Primeiro estádio-escola do Brasil, a unidade foi criada dentro dos moldes do projeto Escola Plena, funciona em tempo integral e une o ensino regular à prática esportiva.