PSB "se dissolve", base se reorganiza para eleições e garante apoio à reeleição de Taques
A crise interna no PSB e a consequente debandada das principais lideranças da sigla para outras legendas podem ser encaradas como o pontapé inicial do grupo governista nas articulações partidárias com vista nas eleições de 2018. Ao mesmo tempo em que os nomes de peso do partido buscam destinos que lhes permitam espaço, eles desejam também a chance de desenvolver seus projetos políticos eleitorais. E embora esses interesses, muitas vezes, se choquem, o discurso do grupo, pelo menos neste momento, é de manter unidade e sustentar a candidatura do governador Pedro Taques (PSDB) à reeleição.
"O importante é continuarmos firme e forte com o governador Pedro Taques, independente de que partido que for. Não trabalhamos com a perspectiva de projeto próprio, sob hipótese alguma. Nós estamos construindo a candidatura do Pedro. Estamos dentro do governo e vamos continuar no governo, garantindo a reeleição legítima dele", assegurou um dos descontentes com os rumos do PSB, agora sob o comando do deputado federal Valtenir Pereira.
Ao que tudo indica, o DEM será o principal destino dos dissidentes do PSB. O deputado estadual Eduardo Botelho é o maior defensor dessa migração. Para ele, a legenda deu mais liberdade aos prováveis novatos na agremiação e não colocou imposições aos nomes.
"O DEM foi o único partido que não restringiu ninguém. Abriu a porta para todos. Dissemos que queremos construir um projeto para o Mauro Mendes. A resposta foi: 'podem construir aqui dentro, a porta está aberta'. Os outros partidos havia sempre um veto. Então entendemos que o melhor caminho é o DEM", disse, citando a pretensão de lançar o ex-prefeito de Cuiabá ao Senado.
Botelho lembra que o DEM tem compromisso com o governo Taques e também com a reeleição do tucano. O mesmo fez o deputado democrata Dilmar Dal'Bosco:"nosso partido está focado em fazer sustentação ao governo Pedro Taques e apoiar a reeleição dele".
Entre os egressos do PSB, pelo menos dois deles, os deputados estaduais Mauro Savi e Oscar Bezerra, não devem ir para o DEM. O destino é o Partido Progressista. Sigla que já fez parte da base e hoje se declara "independente". Há ainda uma incerteza sobre o futuro político de Mauro Mendes, já que circula nos bastidores a possibilidade dele também se filiar ao PP, o que amplia a possibilidade uma disputa pelo governo.
No próximo ano, além do cargo de chefe do Executivo mato-grossense, os partidos ainda terão que articular seus nomes em busca de garantir espaço na disputa pelas duas vagas ao Senado.