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Empresário confessa propina em envelopes para 2 ex-secretários da AL de MT

6991ee27c2908262b7624cf830d1ee16O empresário Hallan Gonçalves de Freitas revelou em depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) ter entregado envelopes com dinheiro vivo ao ex-secretário-geral da Assembleia Legislativa, Tschales Franciel Tschá, e ao ex-secretário de Assuntos Legislativos, Odenil Rodrigues. A declaração conta em depoimento de delação premiada firmada pelo empresário com representantes do Gaeco.

Hallan foi preso na 1ª fase da “Operação Convescote”, deflagrada em junho deste ano. Ele foi solto no último dia 15, após a juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, ter homologado o acordo de colaboração.

No depoimento, cujo trecho foi divulgado pelo site Midianews, Hallan conta que passou a trabalhar pela Faespe por convite de Jocilene Rodrigues Assunção. Ela é apontada pelo Gaeco como líder do esquema ao lado do marido, o servidor do Tribunal de Contas, Marcos José da Silva.

Ele disse que foi orientado por ela para abrir uma empresa de consultoria, que prestava serviços de “conferir certidões de pessoas jurídicas, conferência de documentos para verificar a conveniência e legalidade de contratação de pessoas físicas e jurídicas para prestar serviços nos convênios, emissão de holerites”. Uma vez por semana, se dirigia a Rondonópolis para realização do serviço.

Pelo trabalho, que, segundo o  empresário era prestado, recebia R$ 6 mil. O empresário contou que começou a emitir notas frias para a Faespe após a celebração do convênio da entidade com a Assembleia Legislativa em 2015.

A primeira, de R$ 11,8 mil, ocorreu a pedido de Jocilene. Após o dinheiro cair na conta, descontou o imposto, e repassou o valor total para as mãos de Jocilene.

Ele não questionou a líder do esquema sobre o procedimento. Segundo ele, aceitou porque “estava crescendo” e decidiu não questionar.

Após fazer o terceiro saque dos recursos repassados do convênio Faespe e Assembleia Legislativa, o empresário contou que a líder do esquema lhe passou 10% do valor a título de “comissão”. A partir de então, sempre repassava os valores após descontar o imposto e sua comissão. Segundo ele, foram emitidos mais de R$ 450 mil em notas frias.

DINHEIRO A SERVIDORES

Hallan contou que, além de Jocilente, dois servidores de destaque na Assembleia Legislativa também receberam dinheiro de suas mãos. Segundo ele, a pedido da líder do esquema, repassou um envelope com dinheiro ao ex-secretário-geral do parlamento, Tschales Franciel Tchá, que é ligado ao deputado estadual Ondanir Bortolini "Nininho" (PSD), que era primeiro-secretário do Legislativo.

A entrega ocorreu na sede da Assembleia Legislativa. “Em novembro ou dezembro de 2015 me recordo que a Jocilene me chamou e me pediu para entregar um envelope com dinheiro para o então secretário geral da ALMT, pessoa de Tschales Franciel Tschá. Coloquei o dinheiro na minha mochila, me dirigi até a ALMT e entreguei em mãos de Tschales Franciel Tschá”, detalhou.

Outro que recebeu recursos das mãos de Hallan foi o assessor de Guilherme Maluf (PSDB), Odenil Rodrigues. Porém, a entrega ocorreu na sede da empresa de Jocilene, localizada no Edifício Maruanã, em Cuiabá. “Em outra ocasião, nesta época também, o servidor da ALMT Odenil Rodrigues de Almeida esteve na sala 501 do Edifício Maruanã, em que funciona o escritório particular de Jocilene e, a pedido dela,  entreguei um envelope com dinheiro para ele. Nesta ocasião, Odenil chegou ao local e já foi perguntando pela Jocilene, dizendo que tinha marcado com ela, mas eu disse que ela havia saído e entreguei a ele o envelope com o dinheiro. Ele pegou e foi embora”, diz trecho da delação.

Tschales e Odenil foram denunciados pelo Gaeco no âmbito da “Operação Convescote. Porém, a denúncia aponta que a participação deles se restringia a assinar a prestação de serviços que não teriam sido prestados na Assembleia.

FONTE: FOLHA MAX

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