CUIABÁ: 15ª Parada LGBT é lançada e propõe debate sobre políticas públicas
Em entrevista concedida nesta manhã, o coordenador geral da 15ª Parada LGBT de Cuiabá e presidente do grupo Livre Mente, Gabriel Henrique Figueiredo, destacou a importância do debate para a população LGBT. Ele ressaltou a falta de políticas públicas que o apoiem e o cerceamento dos direitos da população vulnerável que tem acontecido.
“Trazemos como tema o “Estado Laico e Cidadania”, porque é direito de todos e todas fazerem esse enfrentamento e pontuar o quanto é prejudicial para a população como um todo, mas principalmente para a LGBT, quando alguma religião passa a ser lei ou fundamentar qualquer lei”, pontuou. “A gente tem visto várias políticas públicas não sendo implantadas, e, mais do que isso, políticas públicas que foram implantadas ao longo dos últimos anos sendo retiradas. Isso nos preocupa”.
A discussão também é levada para a programação, que inclui um seminário a ser realizado no dia 21 de setembro, na Universidade Federal de Mato Grosso. Na ocasião, a mesa de debate será conduzida pelo conselheiro Nacional de Atenção à Diversidade Sexual José Felipe dos Santos. O nome foi apontado pela equipe coordenadora e levou em consideração as pessoas que têm representado a classe em âmbito nacional.
Já o desfile, tão aguardado pela população, é realizado na sexta-feira (22), dessa vez com trajeto diferente, saindo da Praça Ipiranga em direção a Orla do Porto, onde deve haver uma grande festa, com o objetivo de ocupar novos espaços na cidade.
“A parada é um ato cultural e talvez seja o única momento que muitos LGBT tenham a oportunidade, em 365 dias no ano, de se reunir com seus pares e festejar, curtir, namorar. É uma grande celebração do orgulho LGBT, do orgulho de sermos quem somos”, pontuou Gabriel. “É grande ato cultural mas também um grande ato político e mexe com toda a sociedade. Por isso ela é tão comentada e discutida”.
A cabeleireira Michelly Oliveira, de 35 anos, foi a rainha convidada pelos coordenadores do evento para representar o público. “Para mim foi uma honra ter sido convidada. Nós estamos sofrendo uma violência muito grande contra as travestis e esse foi o maior motivo de eu ter sido convidada para representar essa população, tão vulnerável, no momento”, comentou.
Michelly também destacou a falta de políticas públicas para garantir direitos à população LGBT e ressaltou que a Parada é uma forma de luta. “Nós estamos buscando políticas públicas para que as travestis possam estar na escola, que possam ir para a faculdade, arrumar um emprego. Que elas não tenham uma única opção, de ficar na sua se prostituindo. Porque a vida é mais do que isso e todo mundo tem direito”, pontuou.
A apresentação formal do tema e da programação será feita na noite desta quinta-feira, às 19h, no Cine Teatro Cuiabá.