Musa da Gaviões da Fiel já desfilou com tapa-sexo na mão
Fernanda Lacerda, 29 anos, é musa da Gaviões da Fiel e pediu uma fantasia menor do que a sugerida pela escola para brilhar na avenida. “Não tenho problema nenhum em mostrar o corpo, tanto que a minha fantasia era para ser mais coberta, mas fiz algumas modificações para deixar o corpo mais à mostra!”, diz ela, que revelou já ter desfilado com tapa-sexo na mão: "Tinha caído".
Fernanda comentou o episódio da briga que suspendeu do desfile da Gaviões a rainha da escola, Tati Minerato, e a musa Renatta Teruel. "Fiquei chateada com o ocorrido. Acho que devemos ser mais unidas", diz Fernanda, que ficou famosa ao interpretar a Mendigata no programa Pânico.
Ela não se incomoda com as críticas de quem diz que tem musa em escola de samba só para aparecer. "As críticas sempre aconteceram. Ambas as partes se ajudam (as musas e as escolas). Desde que se faça com respeito e sem prejudicar o trabalho que é feito durante o ano, não vejo problemas. O carnaval é uma festa do povo e tem espaço para todos", diz ela.
Este ano, a Gaviões da Fiel vai falar sobre a história da cidade de Guarulhos. O enredo fala desde a chegada dos índios guarus, tribo que se estabeleceu no Alto Tietê e deu origem à cidade. Veja a letra e ouça o samba.
1) Desde quando você participa do carnaval? Como começou sua relação com a Gaviões da Fiel?
Já desfilei em 2014 como destaque da Vai-Vai, e há uns dois anos fui convidada para ser musa na Gaviões da Fiel em São Paulo e na Grande Rio, no Rio de Janeiro. Esse ano voltei como musa na Fiel que é minha escola de coração.
Fernanda Lacerda fala que não se incomoda com as críticas de quem diz que tem musa em escola de samba só para aparecer. "O carnaval é uma festa do povo e tem espaço para todos." (Foto: Celso Tavares/G1) Fernanda Lacerda fala que não se incomoda com as críticas de quem diz que tem musa em escola de samba só para aparecer. "O carnaval é uma festa do povo e tem espaço para todos." (Foto: Celso Tavares/G1)
Fernanda Lacerda fala que não se incomoda com as críticas de quem diz que tem musa em escola de samba só para aparecer. "O carnaval é uma festa do povo e tem espaço para todos." (Foto: Celso Tavares/G1)
2) Dizem que as musas usam o carnaval para se promover. O que você acha disso?
As críticas sempre aconteceram. Hoje o carnaval tornou-se um meio de comunicação grande onde ambas as partes se ajudam (as musas e as escolas). E todas nós musas estamos nos dedicando, presentes nas atividades das escolas e muitas delas com projetos que ajudam nas relações públicas de suas escolas. Desde que se faça com respeito e sem prejudicar o trabalho que é feito durante o ano, não vejo problemas. O carnaval é uma festa do povo e tem espaço para todos.
3) Recentemente, a rainha da escola Tati Minerato e a musa Renatta Teruel se envolveram em um a briga durante um ensaio técnico e foram afastadas do desfile. O que você achou do ocorrido? Rola muita competição no meio?
Fiquei chateada com o ocorrido. Acho que devemos ser mais unidas. Carnaval é alegria, a gente deve celebrar a união e harmonia, não só na escola, como no nosso mundo. O mundo precisa mais disso, de mais amor.
4) Algumas escolas estão inseridas em locais onde a violência é cotidiana. Algumas inclusive desenvolvem atividades sociais nessas comunidades. Como é no caso da Gaviões? Como você participa das atividades da escola ao longo do ano?
As escolas vêm desenvolvendo um trabalho social de muita importância para suas comunidades. Procuro sempre estar presente nas atividades da escola, ajudando e participando de seus projetos. Nossa comunidade é bem ativa. E juntos fazemos pelos componentes da escola.
5) A Gaviões vai falar sobre os índios Guarus, que habitavam a cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. O que você achou do tema da escola este ano?
Falar das nossas origens é maravilhoso. Mostramos que o carnaval continua dando atenção e representando com a arte. Falar de história de um jeito tão autêntico é sensacional. E com certeza será um grande desfile.
6) O que o público pode esperar da sua fantasia? O que você vai representar no enredo?
Vai ter muito brilho (risos)! Venho representando uma índia guerreira.
7) Qual foi a pior coisa que já aconteceu com você na avenida?
Já aconteceram alguns imprevistos... Desde um tapa-sexo cair quando eu estava usando um vestido bem transparente e eu não sabia se continuava a sambar. Fiquei com o tapa-sexo na mão, não sabia se as pessoas tinham percebido o que tinha acontecido (risos). Aí dei para minha assessora segurar, disfarcei e continuei como se nada tivesse acontecido (risos).
No último ensaio técnico também teve perrengue. Não consegui ir com o look que tinha preparado com o estilista, então improvisei com um look bem mais simples e usei fita micropore no lugar de tapa-sexo. Aconteceu tanta coisa nesse dia que era para eu nem ter ido! Quando cheguei, quase não dava mais tempo porque a escola já tinha entrado na avenida, mas dei um jeito e fui mesmo assim, por amor à escola.
8) Você já foi vítima de machismo por participar do carnval? Se considera feminista?
Por incrível que pareça nunca sofri nada, graças a Deus. Sempre fui muito bem recebida e acolhida por todos. Sou um pouco feminista, vou sempre defender as mulheres e lutar pelos nossos direitos.
9) Na avenida os corpos das mulheres sempre ficam bastante expostos. Você tem algum problema com isso? Tem alguma parte do seu corpo que você prefere esconder com a fantasia?
Não tenho problema nenhum em mostrar o corpo, tanto que a minha fantasia era para ser mais coberta, mas fiz algumas modificações para deixar o corpo mais à mostra e está linda demais! Estou ansiosa contando os dias para o grande dia.
10) Você acha que o governo deveria bancar os desfiles de carnaval?
Nosso país está passando por uma crise muito grande. Precisamos entender as decisões e atitudes tomadas. Nossa festa não se acabará por conta desses problemas. O povo brasileiro, além de unido, é de uma criatividade surpreendente, e mesmo com as limitações conseguiremos realizar a maior festa do mundo.
Fonte: G1