Medeiros pede que Ministério da Saúde repasse dinheiro direto aos municípios
A ideia é que o Estado não seja o intermediário dessa verba, evitando atrasos no envio às cidades
Pouco antes da chegada do governador Pedro Taques (PSDB) ao gabinete do ministro da Saúde, Ricardo Barros, na última quinta-feira (7), um outro mato-grossense tinha deixado as suas pegadas por lá. Era o senador José Medeiros (Podemos), que foi em busca do mesmo objetivo - verbas para a saúde - mas por outro caminho. Diferentemente de Taques, ele pediu que os valores enviados mensalmente ao Estado, com o objetivo de reforçar os caixas municipais, fossem encaminhados diretamente aos municípios, sem passar pelo Estado. No caso de Mato Grosso, sem Taques.
“Tem cidades que estão há oito meses sem ver dinheiro para a saúde, mesmo com o ministério repassando mensalmente os valores”, disparou Medeiros. “Os governos estaduais, e não se trata apenas de Mato Grosso, estão usando as verbas da saúde para cobrir outras contas e repassando apenas o desgaste aos municípios”, prosseguiu.
Segundo ele, a ideia é que aqueles municípios que têm gestão plena da Saúde possam receber o dinheiro diretamente, sem passar pelos governadores. No caso das cidades que precisam do intermédio, Medeiros conta que chegou a uma solução intermediária para controlar o repasse.
“Combinei com o ministro que o ministério iria pedir um recibo aos governadores do mês anterior. Se a verba foi repassada para as cidades, ok, recebem de novo. Senão não”, disse. Segundo ele, Barros topou a ideia. Mato Grosso seria um dos primeiros estados a passarem por essa "auditoria".
Essa não é a primeira vez que Medeiros se envolve no atraso dos repasses para a saúde. Em novembro, ele se reuniu com o presidente Michel Temer (PMDB) para informa-lo sobre a situação do estado. A ideia era envolver a União no problema da ausência de repasses para a saúde. Os problemas, no entanto, persistem.
Medeiros chegou ao Senado como suplente do então senador, e hoje governador, Pedro Taques.