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Gays, trans e profissionais do sexo podem usar medicação antes de sexo sem camisinha

fa86e95443606dca139c4ae5709ed41bEste ano, as unidades de saúde de Cuiabá e Várzea Grande devem iniciar um novo método de prevenção à infecção pelo HIV, implantado pelo Ministério da Saúde, cujo público são gays, pessoas trans e profissionais do sexo. Trata-se da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) em que a pessoa toma diariamente um comprimido que impede que o vírus causador da Aids infecte o organismo, antes do primeiro contato.

Até então, o que funcionava era a profilaxia pós-exposição, em casos de violência sexual, quando a vítima recebia antirretrovirais para evitar a contaminação.

“A Profilaxia Pré-exposição é direcionada àquelas pessoas que não querem usar preservativo, que tem várias relações sexuais com múltiplos parceiros, casal sorodiscordante, homossexuais pelo tipo da relação que mantêm (sexo anal). Antes de se expor a situação, ela toma a medicação e faz acompanhamento. A partir desse ano estamos fazendo contato com o Serviço de Atendimento Especializado de Cuiabá e Várzea Grande e depois devemos estender para Rondonópolis e Sinop”, explicou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Alessandra Moraes.

Ela explica que existem pesquisas que apontaram eficácia da combinação de dois antirretrovirais que bloqueiam alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar o organismo, impedindo que o mesmo se estabeleça e espalhe pelo corpo. “A França apresentou a pesquisa e conseguiu redução de 50% dos casos de Aids com público homossexual”, disse.

A PrEP só tem efeito no organismo utilizando a medicação diariamente, caso contrário, pode não haver concentração suficiente do medicamento na corrente sanguínea para bloquear o vírus. Contudo, a medicação não protege de Doenças Sexualmente Transmissíveis como sífilis, clamídia e gonorreia.

O programa em Mato Grosso vai funcionar por adesão. Ou seja, o público-alvo deve procurar os serviços especializados em DST/Aids e cumprir rigorasamente as regras do programa.

Alessandra espera alcançar no Estado os adolescentes homossexuais, que estão experimentando a sexualidade e com poucas informações de qualidade, pois há muita desinformação na internet e muitas famílias não debatem o assunto dentro de casa.

“A gente pede aos profissionais da saúde para saber receber o adolescente, ele sente a necessidade de ser atendido de forma segura não gerando preconceitos. Nos programas de DST/Aids, dentro do serviço de atendimento especializado, os profissionais são mais sensíveis e não tem preconceito do que a pessoa faz e do que ela gosta de fazer”, comentou a coordenadora.

Entretanto, ela reconhece que nas unidades básicas de saúde pode haver casos de julgamentos sobre as práticas sexuais de quem busca ali atendimento. “É uma coisa que sempre digo: o profissional da saúde não está ali para dizer se o que você faz é certo ou errado, ele está ali para te propor algo que possa fazer o que você gosta de fazer de forma segura, correta, que não vá prejudicar a saúde. Se a pessoa não gosta de preservativo, ok. Proponha a adesão à profilaxia, pensar em cuidar da saúde daquele paciente, convidando a fazer os testes de Aids não por ano, mas todos os meses. A pessoa tem que se sentir segura com aquilo. Temos poucos serviços especializados, sim, mas os especializados onde o público que tem Aids, hepatite ou outras DSTs procuram são profissionais muito competentes e tem essa sensibilidade”.

Fonte: Hipernoticias

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