Estamos juntando trocados para pagar os servidores, diz governador sobre a crise
Para retratar a gravidade da crise econômica em Mato Grosso, o governador Pedro Taques (PSDB) afirma que o Executivo enfrenta dificuldades para conseguir honrar o pagamento dos salários dos quase 100 mil servidores estaduais. “Estamos juntando trocados porque arrecadação tem caído”, frisou o tucano durante abertura da 45ª Exposul, ontem (8), em Rondonópolis. Nesta quarta (9), Taques se reúne com deputados para discutir, entre outras coisas, a aprovação da PEC do Teto dos Gastos.
Taques compara a crise que o país atravessa a um mau tempo, mas entende que logo ele dará trégua. “Não adianta reclamar desta chuva, essa chuva vai passar, a crise passará e nós sairemos bem melhor. Estamos buscando fazer o dever de casa para que Mato Grosso supere esta chuva”.
Desde que a crise se agravou o governo estadual alterou a data dos vencimentos, do último dia do mês para até o décimo dia do mês seguinte, sob a justificativa que o fluxo de caixa do Estado é maior.
Em maio, a folha líquida somou R$ 445,78 milhões, englobando os ativos, inativos e pensionistas, além dos servidores das autarquias.
Antes de pagar até 10 do mês seguinte, o governo chegou a fazer escalonamento dos vencimentos. Em setembro e outubro do ano passado, o Executivo escalonou o pagamento dos salários em três datas. Os servidores, que têm remuneração líquida de até R$ 3 mil, receberam no último dia 31 de outubro. Os demais tiveram o salário pago até o dia 10 de novembro.
RGA
A crise econômica interferiu no pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) deste ano, prevista em 6,58% dos anos de 2017 e 2018. O valor que é pago de forma integral e na data base de maio, começará a ser quitado em 10 de dezembro.
A segunda parcela, prevista para ser paga no mês de abril de 2018, poderá ser antecipada para março caso a arrecadação no segundo semestre de 2017 tenha um aumento efetivo de 10% em relação ao que está projetado para o período.
O pagamento da terceira parcela, prevista para setembro de 2018, também poderá ser antecipado, mas com a mesma condicionante de aumento da receita própria. Nesse caso, a parcela poderá ser adiantada para maio caso o crescimento da arrecadação chegue a 15% no segundo semestre de 2017.
Os percentuais das três parcelas foram ajustados, sendo duas para 2,19% e a terceira para 2,20% atendendo à solicitação do Fórum Sindical.