Com fome, criança de dois anos comeu terra, plástico e até tinta, revela exame médico
Médicos que trabalham na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pascoal Ramos confirmaram que o motivo da morte da criança de dois anos no final da manhã de sexta-feira (11) aconteceu por falta de responsabilidade e cuidados dos pais. No estômago do menino havia pedaços de plásticos e terra. Entre as unhas também haviam sinais que ele raspava os dedos na parede para comer sobras de tinta.
"Com certeza após ter ingerido essas coisas ele passou mal. Só foi possível descobrir isso quando foi feito um exame mais específico no estômago da criança. A fome fez com que ele comesse essas coisas e, por ser pequeno, não sabia ainda decifrar o que pode e o que não pode. Mas como vivia largado, acabou ingerindo o plástico, a terra e a tinta e por fim não suportou", contou uma fonte aoHiperNotícias.
Todos os resíduos que foram retirados da barriga da criança serão periciados e o resultado seguirá direto para a Polícia Civil investigar o fato. "Quando falamos em maus-tratos, não necessariamente precisa ser espancamento. Abandono e falta de cuidados também significa isso. Por isso o caso deve ser investigado pela polícia", concluiu a fonte.
A criança foi hospitalizada por volta de 11h30, quando o irmão mais velho foi chamado por vizinhos para socorrê-la. Ele estava desfalecido e acabou morrendo quando chegou na unidade de saúde.
Outro fator que chama atenção dos médicos é que a mãe da criança não queria ir ver o filho no hospital e só o fez após ser obrigada pelos agentes do Conselho Tutelar de Cuiabá.
Porém, ao ser anunciado que seu filho de dois anos tinha morrido, a mulher começou a rir e não deu importância para o caso. "Eu nunca vi uma coisa dessas no mundo", disse uma atendente da UPA do Pascoal Ramos.
O corpo do pequeno foi levado para a Central de Verificação de Óbitos do Hospital Julio Muller e deve ser enterrado neste sábado. Ainda não foi confirmado se haverá o velório da criança. "Talvez ele apenas seja enterrado, pois a família não tem condições de fazer os procedimentos fúnebres", disse um amigo da família.
Por enquanto, a polícia não recebeu o caso, mas deve começar as investigações e chamar a mãe da criança para depor na próxima semana.