Quadrilha usava documentos e cartões clonados de juiz
Por: LEONARDO HEITOR – HIPERNOTICIAS
A Polícia Federal (PF) deflagrou em três estados, na manhã desta quarta-feira (21), a Operação Nascostos, que mira crimes de estelionato, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e organização criminosa, com associação para o tráfico de entorpecentes.
Entre os presos estão Walisson Magno de Almeida e o empresário Guilherme Dias de Miranda, ambos acusados pela morte do personal trainer Danilo Campos, em 8 de novembro de 2017. O crime teria sido encomendado por Guilherme, após um suposto relacionamento extraconjugal de sua esposa, Ane Lise Hovoruski, com a vítima.
De acordo com o delegado da Polícia Federal de Sorocaba, Márcio Magno Carvalho Xavier, o estelionato era praticado com uso de documentos falsos e cartões clonados de diversas vítimas, entre elas um juiz federal. Por conta disso, a competência da Justiça Federal e da Polícia Federal na investigação do caso.
"Estes estelionatários alugavam veículos de diversas locadoras no Brasil e não devolviam. Também compravam passagens aéreas para diversas pessoas, faziam financiamentos em nomes de terceiros, sempre com documentos falsos e reservavam hotéis. Foi constatado que alguns beneficiários dos bilhetes aéreos foram presos por tráfico, quando usavam essas passagens, como um exemplo que ocorreu no Acre, onde uma menina foi presa com dois quilos de cocaína quando ia embarcar", afirma o delegado.
Em Cuiabá foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, quatro de prisões temporárias e duas de prisão preventivas. Em todo Brasil, são, no total, 27 mandados de busca e apreensão, nove de prisões temporárias e cinco de preventivas. Segundo o delegado, há indícios de que o grupo faça parte de organizações criminosas conhecidas.
"Estes criminosos têm atuação no Brasil inteiro. Parte do grupo estava baseado aqui em Cuiabá, outra parte em Campo Grande (MS) e uma terceira em São Paulo (SP). Estão sendo cumpridos mandados em todos estes estados e estamos ouvindo envolvidos ou testemunhas no Acre, em Niterói (RJ), Foz do Iguaçu (PR) e no Distrito Federal", afirmou.
Márcio Magno Carvalho Xavier também explicou que o crime de associação ao tráfico se deve ao fato de que um dos integrantes do grupo foi preso com 1,4 toneladas de maconha, além de beneficiários de passagens adquiridas de maneira fraudulenta terem sido presos com drogas ao tentar embarcar.
Em relação as acusações contra Walisson Magno de Almeida e Guilherme Dias de Miranda, o delegado apontou que eles se beneficiavam dos documentos falsos e cartões clonados, além de receberem os veículos que não eram devolvidos às locadoras, dando outra destinação a eles.
Os daqui eram dois dos estelionatários que utilizavam os documentos falsos e cartões clonados para cometer as fraudes. Eles também recebiam veículos locados que não eram devolvidos, para darem a destinação a esses veículos. Essa organização que estamos apurando e que estão sendo indiciados, eles tanto podem ser uma célula de alguma facção ou como podem prestar serviços para ela na parte de logística.
O nome da operação significa “ocultos” no idioma italiano e faz alusão ao modus operandi utilizado pelo esquema para o cometimento dos estelionatos, pois, sempre se utilizavam de documentos falsos em redes sociais e sites da internet, objetivando ocultar as verdadeiras identidades de seus integrantes.