VIA WHATSAPP: Falso curandeiro obriga meninas a enviarem fotos íntimas em MT
Suspeito que ameaça "amaldiçoar" vítimas que não atenderem exigência é investigado pela Polícia
A Polícia Civil tenta identificar e prender um falso curandeiro que ameaça garotas menores de idade a enviarem fotos e vídeos íntimos para não serem amaldiçoados. O homem, segundo a polícia, age em toda a Baixada Cuiabana.
Segundo as investigações, o suspeito geralmente entra em contato com as vítimas pelo WhatsApp afirmando que foi contratado para fazer um trabalho espiritual em criança ou adolescente.
O objetivo do “trabalho” seria fazer a vítima ficar paraplégica e perder todo o cabelo. O investigado então declara que se a menor enviar fotos e vídeos íntimos não fará o feitiço.
Em Várzea Grande, o delegado da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso, Claudio Álvares de Sant'anna, afirma que já foram identificados 10 casos desse tipo de ação no município.
Também foram registrados casos similares em outros locais da Baixada Cuiabana e em cidades do interior.
“As investigações estão bem adiantadas, mas para evitar prejuízo no andamento dos trabalhos, maiores detalhes não poderão ser repassados nesse momento”, explica o delegado.
A prioridade é a breve identificação e prisão do suspeito que deve responder, a princípio, pelos crimes de constrangimento ilegal e ainda por “receber e ter armazenado fotos e vídeos de criança e adolescentes em situação de nudez”, previsto no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).
As investigações estão sendo feitas pelas Delegacias de Defesa da Criança e Adolescente da região metropolitana e unidades do interior de Mato Grosso, em conjunto com a Gerência de Combate aos Crimes de Alta Tecnologia (Gecat),
Orientação aos responsáveis
O delegado Cláudio Sant'Anna orienta os pais e responsáveis a manterem um diálogo franco com as crianças e adolescentes, ensinando-as a nunca fornecer qualquer tipo de dado (como documentos, nomes, endereços) e a não ceder a exigências ou chantagens, especialmente por meio de ligação telefônica ou aplicativo de mensagens (whattsapp).
“Por se tratar de vítimas com pouca experiência de vida, elas tendem a acreditar nas ameaças e a obedecer as exigências do suspeito e acabam enviando fotos e vídeos em situação de nudez”, diz.
“Os responsáveis também devem ficar atentos para controlar o acesso dos filhos ao computador, celulares e às redes sociais. Pela segurança dos filhos, os pais precisam monitorar o que criança ou adolescente está acessando na internet, e com quem está se relacionando”, completou o delegado.