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Senador de MT chama OAB de 'gambiarra' e irrita advogados

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REPÓRTER MT

José Medeiros criticou o fato de ser necessário fazer o Exame da Ordem para que se possa atuar como advogado no país.

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) - refutou as declarações do senador José Medeiros (Podemos) que, na sessão plenária do Senado de terça-feira (27), defendeu o fim do Exame de Ordem sob o argumento de se tratar de censura à atividade profissional.

"Eu penso que está na hora de a gente começar a realmente discutir isso. Ou esse diploma que o MEC [Ministério da Educação] expede tem valor, ou não tem valor. Ao meu ver, não tem ato jurídico mais completo e perfeito do que uma formatura. Ali está o padre, está a família, está todo mundo... O prefeito da cidade, eventualmente o juiz... E aí o que acontece?  Recebe o diploma o formando. Chega na segunda-feira, dependendo do curso que ele fez, ele vai poder trabalhar ou não. Porquê? Para um, a lei diz que ele pode exercer o seu curso logo depois de terminar a faculdade. Outros, não. Tem uma gambiarra por aí que diz que só depois de fazer um tal de exame”, disse o senador durante a sessão.

“Essa OAB é um conselho como qualquer outro, precisa começar a prestar contas. É o maior arremedo jurídico que eu já vi é a personalidade jurídica da OAB: ela não é pública e nem é privada”, disse Medeiros na tribuna do Senado.

O presidente eleito Jair Bolsonaro, de quem Medeiros é próximo, criticou o Exame da Ordem no último final de semana.

Em julgamento de repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu de forma unânime a constitucionalidade do Exame. A exigência da aprovação para o exercício da advocacia é prevista na Lei 8.906/94. No julgamento, a ministra Carmen Lúcia frisou que a norma foi produzida coerentemente com o que a sociedade, em um Estado democrático, exige da OAB.

De acordo com o presidente da OAB-MT, Leonardo Campos, a proposta do senador vai justamente na contramão do que vem exigindo a sociedade. “O que vemos é um movimento para que todos os conselhos tenham seus respectivos exames justamente em nome de uma garantia de oferecer à sociedade profissionais minimamente qualificados”, destacou.

O então ministro do STF, Ayres Brito, classificou o Exame da Ordem como uma “salvaguarda social”, ao passo que faz uma mescla da liberdade do exercício profissional com a preocupação social.

São realizadas três provas por ano e não há limitação no número de aprovados, não havendo, portanto, qualquer intenção de reserva de mercado. Presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia lembra que a prática é comum em diversos países, como Estados Unidos, Japão e em praticamente toda a Europa.

A Constituição Federal destaca em seu artigo 133 que o advogado é profissional indispensável à administração da Justiça. A discussão, portanto, conforme ressalta o presidente da OAB-MT, não se limita ao mero exercício de uma profissão, mas sim de um serviço a ser prestado a toda a sociedade e de fundamental importância para a vida do cidadão.

“Neste momento, deveríamos estar comemorando o fato de exames como esses serem ampliados para outras instituições, mas ainda temos que nos deparar com discursos fáceis de acabar com o Exame de Ordem”, ressaltou Leonardo Campos.

Em busca de oferecer profissionais qualificados à população, a OAB também tem se mobilizado permanentemente contra a mercantilização do ensino e se insurgido contra a autorização desenfreada de cursos de Direito por parte do Ministério da Educação (MEC). Além disso, mantém em sua estrutura a Escola Superior da Advocacia (ESA) oferecendo constante capacitação e aperfeiçoamento de seus quadros profissionais.

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