Pedro Nadaf extorquiu empresário delator há dois meses, "para pagar advogados"
Delator do esquema investigado na Operação Sodoma, João Batista Rosa, dono do Grupo Tractor Parts, contou que o descaramento dos gestores públicos em tirar-lhe dinheiro subvencionado de renúncia fiscal com objetivo de retornar uma parte em benefício do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e seus ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi (além de vários outros funcionários e pessoas ligadas a eles nos gabinetes e secretarias) chegou ao ponto de ser mantido mesmo quando o trio já estava fora do governo.
Foto: Marcos Lopes/HiperNotícias
Pedro Nadaf teria recebido dinheiro de extorsão até dois meses atrás
Rosa disse que até dois meses atrás (julho de 2015), continuava sendo extorquido pelo sempre citado exemplo de empresário de sucesso brasileiro, palestrante corporativo Pedro Nadaf. Agora, o objetivo era “pagar advogados”, segundo contou, literalmente, o delator à Polícia Civil.
A rapinagem era mantida agora sob o argumento de que, como o atual titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Seneri Paludo, já no atual governo, avisou ao empresário João Rosa que o benefício das empresas dele estava cheio de irregularidade.
Rosa achava que Nadaf havia realizado a concessão de benefícios via Sicme de maneira legal, especialmente porque o último pagamento realizado por ele à empresa fantasma NBC Assessoria haviam parado em abril de 2015.
Ledo engano. Em maio deste ano, Pedro Nadaf teria voltado a exigir dinheiro, dizendo, literalmente (em trecho copiado da declaração dada à PJC): “o senhor me ajuda por mais um mês, pois temos que pagar advogados”, ocasião em que Rosa teria repassado a Nadaf R$ 30 mil, que teriam satisfeito o ex-secretário por um mês, pois já em julho ele retornou ao dono da Tractor Parts pedindo mais dinheiro, agora para pagar o advogado de Marcel de Cursi.
“Eu preciso de uma ajuda sua por mais este mês, pois eu preciso dar uma ajuda ao Marcel para poder pagar o advogado dele. Marcel está passando por uma situação de dificuldade e seus valores da sua conta estão bloqueados”. Nessa ocasião, Rosa teria repassado R$ 15 mil em quatro cheques de R$ 3.210, pré-datado para 10/07, outro de R$ 3.660 para 14/07, outro de R$ 4.380, para 15/07 e, por fim, mais um de R$ 3.750, para 16/07, perfazendo o total pretendido por Nadaf para “ajudar” um De Cursi “em dificuldades financeiras”.