Dois deputados trocam PR pelo PSB; um deles pode ser vice de Mauro
Na surdina e com uma demonstração de articulação política que o projeto para o futuro, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), já conseguiu pelo menos dois deputados estaduais e conversa com outros dois para ingressarem no partido e reforçar a atuação de olho nas eleições municipais de 2016 e, principalmente, nas eleições de 2018. Os nomes que estariam praticamente sacramentados são dos deputados Mauro Savi e Emanuel Pinheiro, ambos do PR e que foram personagens importantes na eleição de Mauro Mendes para prefeito de Cuiabá em 2012, tanto que seu vice foi João Malheiros, então deputado estadual que após eleito vice-prefeito não assumiu o mandato preferindo ficar como parlamentar estadual, o que causou desconforto ao atual chefe do Executivo de Cuiabá, mas sem consequências maiores.
Mauro Savi e Emanuel Pinheiro, parlamentares experientes, deixam assinalado que nada pode ser afirmado enquanto não se tiver uma sinalização do freio de arrumação ou janela de 30 dias para que os detentores de mandato legislativo (deputados federais e estaduais, além de vereadores) possam trocar de sigla sem ferirem o instituto da fidelidade partidária. A proposta já foi aprovada na Reforma Política votada pelos deputados federais e depois pelos senadores e voltou à Câmara Federal para votação das alterações e aguarda a sanção da presidente Dilma Rousseff o que tem que acontecer até 03 de outubro para ter validade nas eleições municipais de 2016.
Caso se confirme duas ou mais novas filiações ao PSB, o partido passaria a ter a maior bancada na Assembleia Legislativa com cinco deputados estaduais, já que em 2014, foram eleitos três deputados pela sigla, José Eduardo Botelho, Oscar Bezerra e Max Russi. Depois do sobe e desce no número de representantes, o PSB assumiria a condição de maior partido no Legislativo Estadual, que pertenceu ao PR com o resultado das eleições de 2014.
Com cinco deputados, o PSB se igualaria ao futuro PSDB caso se confirme a chegada de Dilmar Dal’Bosco hoje no DEM e Pedro Satélite no PSD, pois em 2014 foram eleitos Guilherme Maluf, Saturnino Masson e Wilson Santos. Apesar disto, o próprio governador Pedro Taques recém-chegado ao ninho tucano, aposta que o partido deverá ter entre seis e sete deputados estaduais, usando a força do Poder Executivo para cooptar possíveis aliados.
Outra sigla que pode ser beneficiada com a janela é o PMDB, já que também elegeu três deputados e deverá ganhar pelo menos mais dois, o deputado Gilmar Fabris e Janaina Riva, ambos do PSD que obtiveram de Gilberto Kassab fundador do PSD a sinalização de que o partido não reclamaria a saída de ambos para migrarem ao PMDB por causa de disputas internas com a direção regional. A janela que terá validade de 30 dias poderá provocar profundas alterações na composição da Assembleia Legislativa e nos entendimentos para as eleições municipais de 2016 e consequentemente nas eleições de 2018 quando estarão em disputa a Presidência da República, dois terço do Senado, 513 vagas de deputado federal e 1.059 deputados estaduais.
MARCOS LEMOS - Diário de Cuiabá