Assassino diz que matou jovem de 19 anos porque ela queria entregá-lo para a polícia
“Eu a matei porque ela estava fazendo casinha pra mim”, disse Cleiton José da Silva, que se passou por Cleiton Jesus, e é o réu confesso da morte da jovem Joane Glória de Macedo, 19 anos, que estava desaparecida desde 2012 e cuja ossada foi encontrada no início dessa semana nas proximidades do Aterro Sanitário de Cuiabá.
Foto: Divulgação / PJC-MT
Cleiton, que estava em liberdade na época e traficava drogas, disse que não tinha um relacionamento sério com Joane, porém ele desconfiou que ela estava querendo o entregar para a polícia e, após uma discussão, acabou empurrando ela, que bateu a cabeça e morreu na hora.
“Ainda precisamos encontrar o crânio da Joane. Por enquanto encontramos partes do corpo e até a roupa que ela usava no dia do crime. Ele nos disse que o local mudou bastante, mas que apenas empurrou ela e, com a queda, ela morreu. Somente os exames irão nos relatar a verdade”, disse a delegada Anaíde Barros, responsável pelas investigações.
A delegada ainda confirmou que o caso demorou muito para ser concluído porque a mãe de Joane, Joanice Macedo, acreditava que a filha estivesse apenas desaparecida. Segundo os autos, Joanice procurou um pai de santo para saber o paradeiro da filha.
“Ela procurou um pai de santo e esse pai de santo falou que a filha estava bem e morando longe de Cuiabá. Isso deixou a mulher bastante confiante e, por isso, empacamos no processo. Porém o pai de santo errou na consulta e Joane estava morta quando foi elucidado o caso”, falou Anaíde.
INVESTIGAÇÃO
A busca pelo assassino de Joane começou em 2013, quando a própria Anaíde pediu que o sigilo telefônico fosse quebrado e com isso descobriu que Cleiton estava envolvido. Até então, era Cleiton de Jesus, mas esse não tinha nada a ver, pois tinha perdido os documentos e o verdadeiro autor estava usufruindo do nome dele.
“Ouvimos o Cleiton de Jesus e, através de exames de papiloscopia e depoimentos, descobrimos que o verdadeiro assassino só estava com a identidade falsa. Com isso, partimos para outra linha de investigação”, disse a delegada.
Até que foi descoberto, através de busca policial, que Cleiton José da Silva, o verdadeiro assassino, estava preso em Nova Mutum. Porém ele não se encontrava mais na cadeia quando foi feita a ordem de busca. “Ele é um dos fugitivos da cadeia, de quando duas mulheres entraram no local e deram sonífero aos agentes”, comentou.
Na fuga, Cleiton foi para a Bahia, onde foi encontrado. “Cleiton tinha um mandado de prisão expedido por Mato Grosso. Porém ele estava preso em Salvador por falsidade ideológica. Conseguimos recambiar ele pra Mato Grosso e ouvir dele que ele seria o autor do crime. A busca foi longa, mas conseguimos desvendar o crime. Atualmente ele voltou para Nova Mutum, mas, em breve, ele deve vir pra Cuiabá, onde responderá por homicídio e ocultação de cadáver”, concluiu a delegada.
Nesta quinta-feira a equipe da DHPP volta ao local onde foram encontrados os restos mortais de Joane, para buscar o crânio. Essa parte do corpo finaliza o processo das buscas.