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País decide bloquear acesso à internet durante semana de provas escolares

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Fonte: Olhar Digital

A Argélia, o maior país do continente africano em extensão territorial e com população estimada em 40 milhões de pessoas, vai bloquear o acesso delas à internet durante o período de provas escolares para combater fraudes, trapaças e "colas".

O blecaute começou na última quarta-feira, 20, e vai até a próxima segunda-feira, 21, segundo informações da BBC. A ideia é que as operadoras cortem acesso à rede todas as manhãs, em períodos que vão de uma a duas horas, em todo o país. Ao todo, serão 11 suspensões.

O governo diz que faz isso para evitar que os estudantes trapaceiem nos exames. Em 2016, autoridades locais disseram que questões das provas de ensino médio das escolas da Argélia vazaram na internet com antecedência, facilitando a "cola". Em 2017, o país limitou o acesso a redes sociais, mas não parece estar satisfeito com o resultado.

Além disso, o Facebook será bloqueado totalmente no país durante todo o período de provas. O ministro da educação da Argélia, Nouria Benghabrit, disse a um jornal local, segundo a BBC, que embora o governo "não esteja confortável" com a decisão, "não se pode ficar passivamente esperando um possível vazamento".

Além disso, está proibido entrar nas salas em que as provas serão realizadas portando celulares ou qualquer dispositivo eletrônico. O governo prometeu colocar detectores de metal nas portas das salas. A ordem vale também para os funcionários das escolas.

Benghrabit também disse que câmeras de vigilância e equipamentos de bloqueio de sinal de celular foram colocados nas gráficas em que as provas estão sendo impressas. Mais de 70 mil estudantes devem passar pelo exame nacional, semelhante ao Enem brasileiro.

A Al Jazeera informou também que o Iraque pretende adotar medidas semelhantes, mas sem detalhes. Uma ONG libanesa chamada SMEX, que defende o livre acesso à internet no Oriente Médio, criticou a medida do governo argelino e levantou dúvidas quanta ao risco de vazamentos.

"Governos tomam essas medidas e sugerem que uma 'trapaça generalizada' ou alguma variação dessa frase ocorreu no ano anterior, mas eles nunca fornecem dados e nunca mencionam a eficácia dessas paralisações na internet", disse um porta-voz da SMEX.

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