O Brasil não é para amadores
Na situação em que o Brasil se encontra, saindo da pior recessão da história, com desemprego ainda muito alto, com os governos sem dinheiro e com seríssimos problemas estruturais, o próximo presidente da República terá de ter muito mais do que discurso. Terá de ser um gestor experiente, com visão de futuro e com coragem para fazer o que precisa ser feito.
E é crucial que o eleitor tenha consciência da importância do seu voto neste momento. A essa altura do campeonato, depois de quatro governos do PT que arruinaram o país e atrasaram a vida dos brasileiros, não dá para arriscar.
Nesse período de pré-campanha, em que as atenções se voltam para a formação das coligações, não estão muito claros para o eleitor quais nomes estarão nas urnas. As pesquisas de intenção de voto são uma fotografia dessa indefinição e, por isso, seus resultados não são definitivos. Até a eleição, muita água irá passar sob a ponte.
O fato é que o Brasil precisará ser recuperado. Quadro muito parecido com que o Estado de São Paulo enfrentava em 1995: em situação pré-falimentar, sem dinheiro para pagar salários dos servidores ou colocar combustível nos carros da polícia.
Foi quando o então governador paulista Mário Covas e seu vice, Geraldo Alckmin, iniciaram um ousado programa de recuperação do Estado: cortaram despesas, reduziram o tamanho da máquina administrativa, acabaram com cabides de emprego, chamaram a iniciativa privada para trabalhar junto e concentraram os investimentos nas áreas sociais: Saúde, Educação, Assistência Social, além da Segurança Pública.
A receita deu certo e São Paulo se reergueu. Mario Covas se reelegeu quatro anos depois e, de lá para cá, Alckmin foi governador quatro vezes. Nas duas últimas eleições venceu no primeiro turno. Sinais de que a população paulista aprovou o que foi feito.
No ano passado, enquanto as contas do governo federal fecharam com um rombo de R$ 124 bilhões, São Paulo encerrou o ano com saldo de R$ 5,3 bilhões. Lá, o índice de homicídios por grupo de 100 mil habitantes é 8,12, menor do que o de Miami. O Estado tem as melhores estradas, hospitais referências para o país, bons indicadores na Educação.
As pessoas podem argumentar: sendo um Estado rico, é mais fácil enfrentar os problemas. Sem dúvida. Mas São Paulo nem sempre foi assim. Como disse acima, tempos atrás estava quebrado. E naquela época, o Estado não precisou de um “salvador da pátria” ou de um super-herói, mas de um gestor experiente no comando.
Essa experiência em São Paulo pode servir para o Brasil. À medida em que a campanha eleitoral se aproxima, será mais fácil comparar as candidaturas, conhecer as propostas. Saber quem é bom de saliva e quem é bom de trabalho. Quem tem um programa para recuperar o país e quem só tem conversa fiada.
O Brasil precisa de um ‘presidente formiga’, que trabalha duro, experimentado, responsável, que respeita as pessoas, as diferenças, que tenha um projeto para o país, que una os brasileiros. E não de um ‘presidente cigarra’, que só canta, enquanto os outros trabalham, nem que divida o país entre “nós e eles”, coisa que o PT fez e que prejudicou o país e que agora pré-candidatos de campos opostos estão adotando.
O Brasil nunca foi para amadores. Especialmente no momento que estamos atravessando.
NILSON LEITÃO é deputado federal e Líder do PSDB na Câmara dos Deputados