Juíza absolve 'Nenezão', o principal ladrão de bancos em MT
Lindomar de Almeida, o Nenezão é apontado com um dos maiores ladrões de banco do Brasil
Lindomar Alves de Almeida, o Nenezão, 33, acusado de liderar uma poderosa organização criminosa que atuava em Mato Grosso em assaltos a bancos e carros-forte foi absolvido pela juíza Selma Rosane Santos Arruda em uma ação penal que tramita desde 2013 na 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Apontado como o principal assaltante de bancos no Estado na modalidade do "Novo Cangaço", o criminoso foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de associação criminosa, roubo a mão armada a carro forte cumulado com explosão usando dinamite e ainda receptação de veículo roubado. Ele foi absolvido de todas as acusações.
A magistrada também absolveu a esposa de Nenezão, Cleonice Ferreira Lima, 39. Ambos estão isentos do pagamento das custas e despesas processuais e Lindomar ainda ganhou o direito deixar a cadeia caso não estiver preso por outros crimes. Cleonice era considerada foragida e foi presa no dia 5 de setembro de 2013 no estado da Bahia quando visitava o marido num presídio de segurança máxima. Ela teve o mandado de prisão preventiva cumprido naquele estado pela Polícia Civil mato-grossense, por meio do delegado Flávio Henrique Stringueta, titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Segundo a Polícia Civil, Cleonice gerenciava os “negócios” da família e eventualmente se deslocava para os demais estados dando o “aporte necessário” a ser fornecido aos demais integrantes do bando, sobretudo ao seu próprio marido. Lindomar é acusado de ter envolvimento em mais de 20 roubos a bancos em Mato Grosso. Na ação penal, Cleonice foi denunciada por associação criminosa.
Único condenado no processo foi o réu Vander Ferreira, 35, pelos crimes de roubo a mão armada de carro forte, roubo de uma caminhonete S-10, explosão e receptação da S-10 roubada. Ele foi condenado a 30 anos e 2 meses de prisão além de 296 dias-multa. O cumprimento da pena é no regime fechado sem direito de recorrer em liberdade, uma vez que o criminoso está preso desde agosto de 2014.
A magistrada destacou que ele teve culpabilidade acentuada por ter agido com dolo direto. Relata, que ele juntamente com outros indivíduos abordaram 2 carros fortes em trânsito, e perigosamente iniciou uma saraivada de tiros, fato que se afigura especialmente grave e que pesou em seu desfavor.
Ela pontuou que o réu responde outras ações de crimes contra o patrimônio, o que denota acentuada tendência à reiteração na prática de crimes. “Sua personalidade está maculada por força da prática destes crimes; e os motivos para o cometimento dos crimes não ficaram esclarecidos, mas tudo indica que tenha feito simplesmente por ganância. As circunstâncias em que foram cometidos não favorecem o acusado, eis que não poupou esforços para cumprir seu papel dentro da organização criminosa”, diz a juíza.
Denúncia
Os 3 foram denunciados em outubro de 2013 sob acusação de terem participado de um assalto a 2 carros forte da empresa Brinks nas proximidades de Diamantino (208 Km a médio-norte de Cuiabá) em junho de 2012.
Foto: Site O Divisor
Um dos carros-forte atacado pela quadrilha
No assalto, praticado na BR-163 entre o Posto Gil e o município de Nova Mutum (264 Km ao norte de Cuiabá), os bandidos conseguiram levar cerca de R$ 1,5 milhão. Eles utilizaram dinamite para explodirem o compartimento em que se encontrava o dinheiro. Os carros-forte saíram de Cuiabá em direção ao município de Lucas do Rio Verde (354 Km ao norte de Cuiabá). Na altura no KM 530 da BR-163, um dos veículos foi surpreendido pelos assaltantes juntamente com outros bandidos em uma caminhonete S-10 prata.
Na época da denúncia, Lindomar estava preso na Unidade Penal de Serrinha na Bahia e Vander Ferreira na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.
Por Welington Sabino, repórter do Gazeta Digital