Foragido há três dias, Silval vai para a lista da Interpol e será procurado em 191 países
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) se tornou um procurado internacional na tarde de quarta-feira (16), quando foi feito um pedido para incluir seu nome na lista de procurados da Internacional Criminal Police Organization (Interpol). Com essa decisão da Secretaria de Segurança Pública, Silval passa a compor a mesma lista que um dia teve Paulo Maluf e Fernando Freire, ambos ex-governadores que foram procurados fora do Brasil.
A ordem de procura fora do Brasil aconteceu após uma reunião entre membros do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) e Polícia Federal. Essa autorização permitirá a interceptação em aeroportos internacionais e ainda a comunicação quanto à ordem de prisão a 191 países. Apesar de ter sido solicitada ontem, a inclusão do nome de Silval Barbosa ainda não foi concluída.
Silval Barbosa está foragido desde a terça-feira (15), quando a juíza Selma Arruda decretou a prisão dele e de mais dois ex-secretários de Estado que são investigados de participarem de um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção entre os anos de 2013 e 2014.
Os advogados que compõe a banca de defesa de Silval confirmaram, em nota, que o ex-governador vai se entregar, porém já impetraram um pedido de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça, para relaxar a prisão do político. Eles garantem que não sabem o paradeiro de Silval, que é procurado por todas unidades policiais do Estado e, agora, em 191 países.
A OPERAÇÃO
A "Operação Sodoma" é parte de um inquérito policial que investiga a existência de uma quadrilha formada por agentes públicos que ocuparam cargos do alto escalão do Governo do Estado durante os anos de 2013 e 2014. Neste período, eles teriam cometido uma série de crimes, entre corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo o secretário-geral do Cira, promotor Fábio Galindo, a investigação começou há mais de quatro meses, no âmbito do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), e conta com um robusto acervo de provas da participação dos investigados. Para conseguir levantar as provas foram empregadas as mais modernas técnicas de inteligência policial.
Além das prisões expedidas pela juíza Selma Rosane de Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, também foram decretados mandados de busca e apreensão e condução coercitiva. Um dos alvos de buscas foi o apartamento do ex-governador no bairro Jardim das Américas, em Cuiabá.
Galindo pediu o apoio da sociedade para tentar localizar o ex-governador Silval Barbosa. Qualquer denúncia pode ser feita pelos telefones 197, da Polícia Civil, ou 190, da Polícia Militar.
O nome da operação é uma referência à cidade de Sodoma, que foi destruída em razão dos elevados níveis de corrupção praticada pelos seus moradores.