Pastor nega estupros e diz que ajudava meninos financeiramente por ser um "homem bom"
Em depoimento ao delegado Cláudio Alvares Santana da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso, o pastor da Igreja Evangélica "Poder de Deus", Justino Ireno da Costa, de 53 anos, negou todas as acusações de ter estuprado 10 meninos, na sua residência, localizada no bairro Mangabeira, em Várzea Grande. No interrogatório, que durou cerca de cinco horas, o religioso afirmou ser inocente e que ajudava as crianças financeiramente por ser um “homem bom”.
Justino foi preso na tarde de terça-feira (28), em sua casa no bairro Mangabeira. Ele utilizava a condição de pastor evangélico para conquistar a confiança dos pais e das crianças. Em seguida, ele convidava as vítimas para ir até a sua casa e estuprava os meninos, com idades entre 4 a 17 anos. Para que as vítimas não contassem aos pais, o suspeito dava quantias de R$ 20 a R$ 50 para "comprar o silêncio" dos meninos.
“O pastor negou todas as acusações que pesam contra ele. No depoimento, nós perguntamos em cima do que cada vítima disse, ele negou tudo. Contou que todas as acusações são mentirosas. Questionamos sobre esse dinheiro que ele dava para as crianças. Ele disse que é um homem bom e por isso ajudava as vítimas financeiramente”, disse o delegado ao HiperNotícias.
À reportagem, a autoridade policial contou que as investigações começaram em fevereiro desde ano, após denúncias de duas mães. Elas estavam desconfiando do comportamento de seus filhos.
“Em fevereiro deste ano, duas mulheres registraram denúncias afirmando que estariam suspeitando de que o pastor estaria abusando de seus filhos. As mulheres relataram que as crianças estavam com um comportamento estranho e uma das vítimas teria relatado que o pastor estava apalpando seus suas partes íntimas. Diante disso, a denúncia foi encaminhada à nossa delegacia e iniciamos uma investigação. Durante a apuração, algo chamou nossa atenção, pois quando ouvimos as duas crianças, elas confirmaram os estupros e ainda disseram que outros meninos também estavam sendo abusados. A partir daí, começamos a investigar o caso”, explicou.
Das 10 denúncias recebidas pela delegacia, sete dessas crianças confirmaram o abuso. Porém, o delegado acredita que durante os trabalhos devem aparecer outras vítimas.
“Até o momento, nós ouvimos sete vítimas e algumas outras testemunhas. As vítimas confirmam os abusos sexuais. O pastor se valia da condição de pastor do bairro para adquirir a confiança da família e das vítimas. Para comprar o silêncio dos meninos ele davam uma quantia em dinheiro. No início dos trabalhos algumas das vítimas ficaram receosas em nos contar o que de fato aconteceu. Mas devido ao trabalho com os psicólogos, as crianças confessaram. Com a prisão dele, acredito que novas vítimas devem perder o medo e denunciar”, disse o policial.
O pastor será encaminhado a uma unidade penitenciária, onde deverá aguardar as investigações do caso. As vítimas terão acompanhamento psicológico.
As investigações do caso ainda estão em andamentos pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande.