Silval cita 91 empresas envolvidas em supostos casos de corrupção em MT. Veja
No acordo de colaboração premiada (delação), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) cita o nome de 91 empresas que teriam algum tipo de envolvimento com os esquemas de corrupção realizados pela organização criminosa que liderou nos anos em que esteve no comando do Palácio Paiaguás.
O acordo foi homologado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), e, além de um inquérito, resultou na Operação Malebolge (12ª fase da Ararath), em setembro deste ano.
Conforme os depoimentos prestados pelo ex-governador, pelo menos 128 empresários acabaram envolvidos, por serem proprietários, sócios e responsáveis pelas empresas que, em sua maioria, foram utilizadas para arregimentar financeiramente tais esquemas.
Algumas das empresas foram citadas em mais de um depoimento, no qual Silval detalhou casos de corrupção. Exemplo da Constil Contruções e Terraplanagem Ltda., de propriedade de João Carlos Simoni, tendo como sócios Robison Todeschinni, Aline Berghetti e Bruno Simoni.
No depoimento prestado à procuradora da República Vanessa Cristhina Scarmagnani, em 12 de maio deste ano, Silval afirma que, a seu pedido, o empresário João Carlos concordou em fazer um empréstimo no valor de R$ 30 milhões com o Banco Rural, para ajudá-lo a pagar dívidas da campanha de 2010.
O peemedebista declara que ficou com R$ 17 milhões e o empresário utilizou o restante para pagar uma dívida contraída com o aval do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP).
Outra empresa citada é o Buffet Leila Malouf, de sociedade do empresário Alan Malouf. Em 22 de maio, Silval revela o repasse de R$ 150 mil à empresa. O montante seria oriundo do esquema de desapropriação irregular de uma propriedade rural na região do Manso.
Além desta, outra empresa citada pelo ex-governador é a Construtora Trípolo Ltda., da família do deputado estadual Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD). Em 17 de maio, Silval declara que o parlamentar pagou propina para viabilizar a concessão e cobrança de pedágio na MT-130. O repasse teria sido de R$ 7 milhões.
O pagamento da propina ocorreu em 2011, sendo que parte dos recursos foi emitida à Construtora Tripolo para dissimular a origem.