Ex-deputado depõe em fevereiro por crimes militares em MT
Taborelli teria atuado para se promover politicamente enquanto comandante do Batalhão de Rosário Oeste
O juiz Murilo Moura Mesquita, da Décima Primeira Vara Criminal Especializada Justiça Militar, marcou para o mês de fevereiro de 2018 o interrogatório do ex-deputado e coronel da reserva Pery Taborelly (PSC), acusado de ter praticado crimes como desvio de funções de policiais, além de cessão de viaturas para particulares no ano de 2008, quando comandava o 7° Batalhão, na cidade de Rosário Oeste (113 km de Cuiabá).
A ação vem tramitando desde 2008. Porém, em 2015 foi declarada a incompetência do juízo para apreciar e julgar Taborelly, em razão da prerrogativa de foro adquirida quando o réu assumiu uma das cadeiras da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Cinco soldados que atuaram no batalhão na época também figuravam como réu na ação, mas todos tiveram a punibilidade extinta no ano de 2016. Com a perda do foro privilegiado de deputado, o caso de Taborelly retornou ao juízo de 1ª instância. A sessão de instrução foi marcada para tarde do dia 20 de fevereiro de 2018.
Segundo a denúncia do MP, Taborelli e um empresário local mantinham uma associação chamada Casa do Saber que, por meio de voluntariado social, tinha como objetivo fazer a sua promoção pessoal. O coronel, no entanto, obrigava vários soldados a prestar serviço na associação, inclusive, usando viaturas para tal finalidade.
O coronel assumiu como deputado estadual ao receber 18,5 mil votos nas eleições de 2014. No final de 2016, ele deixou o parlamento após o deputado Valdir Barranco (PT) obter o registro de candidatura e validar os 19,2 mil votos recebidos.
No ano de 2016, o militar ainda disputou a prefeitura de Várzea Grande, mas com apenas 16,4% dos votos não foi eleito. Ele perdeu a disputa para a atual prefeita Lucimar Campos (DEM), que teve 95,6 mil votos.