Bandido bom é bandido morto, e de pé, para não ocupar espaço, diz pré-candidato
“Bandido bom é bandido morto, e de pé, para não ocupar espaço”. Essa é a opinião do agente da Polícia Federal, Rafael Ranalli, pré-candidato a deputado federal pelo partido Patriota em Mato Grosso. Apoiador do depuatdo federal Jair Bolsonaro (Patriota-RJ), Ranalli se considera um político de mudança e defende o fim do Estatuto do Desarmamento, legislação aprovada em 2003 e que restringiu o porte e a posse de arma de fogo no Brasil.
“Na minha opinião, bandido bom é bandido morto e, de preferência, de pé para não ocupar espaço. Hoje em dia, a gente vê muitas pessoas defendendo vagabundo. Isso está errado. Nós temos que parar com isso. No Brasil se inverteu os valores. Nós vemos hoje pessoas incentivando o cara ser malandro. As pessoas pensam que ser malandro é legal, mas não, ser malandro não é legal. Antigamente, os sonhos das crianças eram ser polícia, hoje, é perigoso o sonho da criança é ser bandido e não ser polícia. Hoje o errado é certo e o certo é errado. Não pode ser assim. Se você falar o nome de Deus, da família as pessoas viram a cara para você”, disse o policial.
Recém-filiado ao Patriota, Ranalli afirmou, em entrevista exclusiva ao HiperNotícias, que pretende entrar na política para poder representar uma mudança no cenário mato-grossense e nacional.
“Aconteceu naturalmente, eu nunca sonhei em ser político. Eu entrei neste mundo pelo meu jeito, eu tenho muitas amizades com todos dentro da Polícia. O anseio atual da sociedade, de querer mudança e de não conseguir ficar quieto, foi fator fundamental para eu querer entrar na política. Eu estava falando com alguns amigos e disse que o primeiro cargo que um político pode ocupar é o cargo de sindico. Eu sou sindico do meu prédio há quatro anos e gostei desse negócio de política. Foi ai que eu pensei que poderia entrar no ramo e tentar mudar aquilo que eu vejo que não é certo. Na política tem muita coisa errada”, avalia.
Apoiador declarado de Bolsonaro, Rafael disse que é um defensor das ideias de direita conservadora. O pré-candidato afirma também que não acharia ruim ser chamado de Bolsonaro de Mato Grosso.
“Eu conheci as ideias do Bolsonaro em 2012 por meio das mídias sociais, onde ele está mais presente. Desde essa época, eu percebi que os pensamentos dele eram semelhantes aos meus, que é sempre em pró da família e de Deus. Ele é um defensor da polícia e das pessoas de bem. Eu me identifico muito com o Jair Bolsonaro pela questão da sua sinceridade e honestidade. Não acharia ruim se me chamassem de Bolsonaro de Mato Grosso. Ele é perseguido porque fala a verdade. O pensamento dele se assemelha muito com o pensamento do policial, que é ser correto e honesto".
Para Ranalli, a Lei do Desarmamento vai contra os interesses individuais do cidadão. Ele afirma que todo cidadão de bem, que cumpre com seus compromissos, deveria se armar.
“Todo cidadão de bem e que cumpre com os requisitos objetivos da lei, tem que ter uma arma. Você é a primeira pessoa a defender a sua família. Essa história de desarmamento começou lá atrás, em uma política socialista, quando a gente foi engabelado no plebiscito em que o armamento ganhou e o nosso governo criou a lei do desarmamento. Para as pessoas de bem, o governo fez essa campanha. Com isso, os bandidos ficaram mais fortes ainda. Quase 70 mil pessoas morrem por ano nesse país por morte de arma de fogo. As pessoas de bem sofrem. Não é justo. Agora imagina a população armada, o bandido não vai querer mexer".
O policial acredita que a população mato-grossense está cansada dos mesmos políticos e sugere uma reciclagem nos governantes do Estado. Ele se diz contra a reeleição e afirma que o político deveria ter cinco anos de mandado.
“Tem muita coisa errada na política de Mato Grosso. Olha o tanto de escândalos de corrupção no nosso Estado. Um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) disse que a Operação Ararath seria a maior do país se não fosse a ‘Lava-Jato’. É muita vergonha. É muito dinheiro público que pegaram. Está na hora de trocar os políticos de Mato Grosso. Tem que renovar. Todo ano vemos figurinha repetida, carimbada está na hora de mudar. Toda eleição são os mesmos. Sou contra esse negócio de reeleição. Na minha opinião, o político deveria ter apenas um mandado, mas com cinco anos para governar. Eu acho que 90% das pessoas estão insatisfeitas com a política. É o que o acho, porque nas pesquisas que empurram na gente eu não confio muito. Não tem como estar satisfeitos nos dias de hoje”, explicou.
Polícia Federal
Rafael acredita que a Polícia Federal é um dos órgãos que tem mais credibilidade junto a população.
“A questão da honestidade não há nem o que se falar da Polícia Federal. Em todas as pesquisas, a PF é o órgão que tem mais credibilidade junto a população. Você não vê caso de corrupção de policial federal”, diz
O pré-candidato afirma que as famílias dos próprios agentes não têm segurança e pede uma atenção maior aos policiais militares e civis.
“Hoje ninguém tem segurança. O seu filho vai para a escola e você não tem certeza se ele vai voltar vivo. Bandido está se criando, eles te abordam na rua e perguntam se é polícia, se for, eles te matam. A Polícia é a última fronteira da sociedade, é o limite. E o policial tem alvo na testa. Eu admiro muito os policiais militares porque eles andam com o alvo no peito que é a farda. Eles têm que ter mais atenção. Os policiais estão morrendo e isso está errado. Nesse país, isso é reforçado, eu nunca vi isso. Nos Estados Unidos, se um policial morrer, a cidade para. O povo não aceita. A inversão de valores está total nesse país", finaliza.