Polícia desarticula empresa de venda de diplomas falsos em MT
Empresa enviava provas e diploma falso por email pelo valor de R$ 1,2 mil, na região do Araguaia
A Polícia Civil de Barra do Garças (509 km a Leste de Cuiabá) deflagrou, na tarde de quarta-feira (6), a Operação Paideia, para cumprimento de dois mandados de busca e apreensão, em uma empresa investigada pela venda de diplomas falsos do ensino médio, na cidade e região do Araguaia.
As duas ordens judiciais foram decretadas pela 1ª Vara Criminal de Barra do Garças, com base em investigações da Polícia Civil, que tinham como alvo principal a empresa Alfa Concursos.
Durante diligências, foi identificado que os proprietários da empresa faziam diversas publicidades nas redes sociais, sobre como concluir o ensino médio em apenas dois meses, sendo ainda oferecido ao aluno quando se tratar de caso de urgência, a possibilidade de concluir todas as etapas do curso em apenas 15 dias.
A empresa Alfa Concursos se intitulava uma extensão do Instituto Vanguarda, sediado em Cuiabá, o qual possui autorização para ministrar cursos na modalidade Educação de Jovens e Adultos à distância, em todo território de Mato Grosso.
No entanto, os proprietários do Instituto Vanguarda, ao tomarem conhecimento dos fatos, informaram que, no ano 2015, foi feito um termo de reciprocidade com a empresa Instituto Centro-Oeste, para oferecer cursos do ensino médio na cidade de Barra do Garças.
Contudo, a demanda não correspondeu ao esperado e, em seu sistema não constavam alunos que tivessem concluído o curso dentro dos critérios estabelecidos pelo instituto e exigidos pela Secretaria Estadual de Educação e, que ainda, possíveis os diplomas e históricos escolares expedidos seriam falsos.
De acordo com o delegado que coordena as investigações, Wilyney Santana Borges Leal, os policiais entraram em contato com a empresa suspeita, Alfa Concursos, e conversaram com uma das proprietárias dizendo que precisariam de um diploma do ensino médio para matricular em uma faculdade de medicina, com urgência na expedição do diploma para não perder a vaga.
“Na ocasião, a responsável pela empresa disse que precisaria apenas de alguns documentos pessoais do candidato e o pagamento do valor de R$ 1,2 mil, para posteriormente enviar no mesmo dia, via e-mail, algumas provas, as quais após ser respondidas deveriam ser devolvidas para correção. Na sequência do trâmite, em apenas seis dias o diploma já estaria confeccionado”, disse Borges Leal.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram apreendidos computadores, aparelhos celulares, carimbos falsificados em nome da empresa Vanguarda, papéis especiais para emissão dos diplomas, diversos contratos de prestação de serviços e nove diplomas e históricos escolares do ensino médio falsificados que ainda não tinham sido entregues aos alunos.
As investigações apontam a estimativa inicial, de que pelo menos 150 pessoas tenham obtido certificados falsos do ensino médio através da empresa Alfa Concursos, sendo que boa parte já cursaria Universidades e cursos técnicos com a utilização do diploma.
Participaram da ação as equipes da delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), e do Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra) de Barra do Garças.
"Paideia"
A operação recebeu o nome de “Paideia” em uma alusão ao antigo sistema educacional grego, que acreditava na boa formação moral e individual através do ciclo completo, onde o aluno estaria apto para liderar e ser liderado, preocupando assim com a formação perfeita do individuo.