Jovem que desapareceu na Síria já está em Cuiabá com a família
Funcionária da AMM, Juliana Cruz chegou a ser presa por forças policiais do País, que está em guerra
A auxiliar-administrativa da Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM), Juliana Cruz, desembarcou no aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, na manhã desta quinta-feira (7).
Ela saiu de Damasco, capital da Síria, na manhã de quarta-feira (6), rumo ao Brasil. Juliana chegou a Capital mato-grossense às 7h20min, em um voo da Avianca saindo do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).
Ela havia sido dada como desaparecida no fim de novembro, após realizar uma viagem à Síria, e interromper o contato com familiares. Juliana teria ido encontrar um homem que havia conhecido na internet.
De acordo com informações levantadas pela reportagem no aeroporto, Juliana foi recebida pela mãe, Katia Oliveira, e uma tia.
Ela teria passado mal no voo de volta para o Brasil e chegou ao aeroporto pedindo auxilio.
Juliana foi presa com homem que a recebeu no País. Ele seria um rebelde opositor ao Governo. Em razão de estar junto dele, Juliana também foi detida.
A Síria está em guerra civil desde 2011, com forças rebeldes tentando derrubar o governo do ditador Bashar Al-Assad.
Ela foi liberada após negociações da embaixada brasileira em Damasco com o governo Sírio.
A garota foi encontrada e encaminhada na terça-feira (5) para a embaixada sem sinais de maus-tratos. "Juliana Cruz encontrava-se bem e não tinha sinais de maus-tratos ou qualquer tipo de violência", informou o Itamaraty em nota.
O caso
Juliana viajou para a Síria no dia 14 de novembro. Às 3h30 (horário de Cuiabá) do dia seguinte, ela fez um "check in" no Facebook, informando que estava no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
No mesmo dia, às 8h54, fez outro "check in", dizendo que estava saindo com destino a Istambul, maior cidade da Turquia. Lá, possivelmente faria uma conexão e iria para Damasco.
De acordo com informações levantadas pela reportagem, Juliana desembarcou em solo sírio no dia 15 de novembro. Depois da chegada, a mãe não conseguiu mais falar com ela
Um boletim de ocorrência foi registrado pela família no dia 29 de novembro, já que a jovem não retornou para o Brasil, como prometido.
A guerra na Síria é considerada pela ONU a maior crise humanitária do século XXI. A estimativa é de que, ao menos, 250 mil pessoas tenham sido vítimas do conflito, e mais de 4,5 milhões tenham saído do País.