Já são 22 municípios de Mato Grosso com alerta de surto de conjuntivite
Segundo a Secretaria de saúde, VG e Cuiabá somam 1,5 mil casos. A aglomeração de pessoas pelas festas de fim de ano pode ser a causa do aumento repentino de infectados
A proximidade das Festas de final de ano, faz com que exista um acúmulo de pessoas em lugares públicos. Esse tumulto, somado a falta de higiene, como não lavar as mãos e o compartilhamento de objetos pessoas, como maquiagem gerou um verdadeiro surto de conjuntivite em Mato Grosso. O levantamento divulgado nesta quinta-feira (21) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), aponta que 22 municípios de Mato Grosso estão em alerta por conta do aumento repentino de casos.
Segundo a SES, Várzea Grande registrou mais de mil casos de conjuntivite enquanto que em Cuiabá já são mais de 500 casos. Nessa mesma época do ano em 2016, em Várzea Grande, o registro foi em torno de 150 casos.
A suspeita de surto ocorre nos seguintes municípios: Cuiabá, Várzea Grande, Chapada dos Guimarães, Tangará da Serra, Juína, Juscimeira, Rondonópolis, Juara, Arenápolis, Barra do Bugres, Denise, Campo Novo dos Parecis, Nova Marilândia, Nova Olímpia, Santo Afonso, Porto Estrela, Sapezal, Paranatinga, Alta Taquari, Castanheira, Colniza e Cáceres.
As secretarias de saúde desses municípios foram orientadas a iniciarem imediatamente a investigação da doença por amostragem e a notificar no modelo de surto os casos de pacientes com conjuntivite para o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINANNET), do Ministério da Saúde.
Conforme dados do SINANNET, do Ministério da Saúde, Mato Grosso tem 1.874 casos da doença registrados neste ano e até esta data. O maior registro de ocorrências foi registrado no ano de 2012, com um total de 2.467 casos da doença no Estado.
Segundo a infectologista e superintendente do Pronto Socorro de Cuiabá (PSMC), Zamara Ribeiro, a doença é transmitida pelo contato da secreção da uma pessoa contaminada, na maioria das vezes com as mãos, que funcionam como meio de transporte para as bactérias e vírus até os olhos. “
As autoridades ainda não sabem explicar ao certo as causas da conjuntivite ter se propagado neste período do ano. É uma doença comum no tempo seco. Porém, ela é de fácil proliferação, qualquer descuido a pessoa é contaminada. Nesta época de ano com as ruas cheias, pode ter sido um fator para estes surtos”, comenta Zamara.
Os principais sintomas da conjuntivite são: olhos vermelhos; coceira; pálpebras inchadas; secreção; visão borrada; ao acordar, o paciente tem dificuldade em abrir os olhos; sentir dor nos olhos ao olhar para lugares com claridade; sensação de areia nos olhos.
Riscos para quem se contamina
A infectologista disse que há dois tipos de conjuntivite, a viral e a bacteriana, para diagnosticar o tipo de conjuntivite a pessoa doente deve procurar um infectologista.
“Alguém que tiver a doença deve procurar um infectologista para diagnosticar qual tipo de conjuntivite está para ser medicada. As pessoas não podem se auto medicar, o médico irá mostrar qual até qual colírio usar”, relata.
A doença viral normalmente não deixa sequelas, é muito contagiosa e ocorre com mais frequência no verão. As pessoas com a doença sentem muito incômodo e ficam os olhos bastante vermelhos. São sintomas semelhantes de quem tem conjuntivite bacteriana, mas a principal diferença é que há formação de muco. Sendo que a secreção da conjuntivite viral é esbranquiçada e aparece em pequena quantidade.
Mas, com o tratamento correto leva de sete a 10 dias para desaparecer. Não existe tratamento específico para quem foi diagnosticado com essa doença e a recomendação é limpar com soro fisiológico gelado, fazer compressas e usar colírios lubrificantes se for necessário.
A conjuntivite bacteriana é caracterizada por uma secreção espessa, amarelada e com uma consistência cremosa, que deixa o indivíduo com os olhos muito inchados e, por vezes, pode parecer que se formou uma bola de pus em baixo do olho.
“A conjuntivite bacteriana pode deixar sequela se não for tratada corretamente. Ela pode deixar a pessoa até completamente cega”, alerta Zamara Ribeiro.
Infectologista dá orientações de como se prevenir
Lavar as mãos é um ato essencial. Conforme Zamara levar álcool e gel na bolsa ou na mochila para higienizar as mãos é muito importante para a prevenção. “As mãos são a porta de entrada para qualquer doença, deve ser higienizada sempre”, informa.
O uso de lenços descartáveis é melhor que panos e tecidos, também devem ser descartadas as lentes de contato. “É melhor jogar fora materiais que usam para limpar os olhos como lenços, muitas pessoas acham que podem esterilizar as lentes de contato, mas lógico que não pode” , diz a infectologista.