Ozônio pelo ânus pegou mal, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (7/8) que “pegou mal” a declaração do prefeito de Itajaí (SC), Volnei Morastoni (MDB), que sugeriu a aplicação de ozônio por via retal como medida contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, um simpatizante cumprimentou o presidente e disse que era de Santa Catarina, ao que Bolsonaro disse, em tom de brincadeira: “Tá mal Santa Catarina, hein? Pegou mal aquele negócio lá, hein?”. Aos risos, o apoiador respondeu: “Mas só em Itajaí…”.
Nesta semana, o prefeito Morastoni afirmou ter inscrito a cidade de Itajaí na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para oferecer a administração, pelo ânus, de ozônio.
Segundo o prefeito, que gravou um vídeo que viralizou nas redes sociais, esta é uma forma efetiva de se conter o avanço da doença. Embora não haja eficácia comprovada, Morastoni informou que oferece o tratamento para pacientes infectados em hospitais de Itajaí.
Também nesta semana, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, recebeu defensores do uso do ozônio como forma de tratamento para a Covid-19.
O encontro com o ministro foi intermediado pelo deputado Giovani Cherini (PL-RS) e o motivo era discutir as ações de saúde no Rio Grande do Sul e o tema fez parte da conversa. O grupo era liderado pela médica Maria Emília Gadelha Serra. Em fotos nas redes sociais, ela destacou o assunto tratado: “Ozonioterapia na Saúde!”.
Após o encontro, o Ministério da Saúde informou, por meio da assessoria, que o efeito da ozonioterapia em humanos infectados pelo novo coronavírus ainda é desconhecido e não deve ser recomendado como prática clínica ou fora do contexto de estudos clínicos. A pasta se baseou em uma nota técnica publicada em abril deste ano.
Prática experimental
A não recomendação por parte do ministério está de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), que também desaconselha o uso laboratorial da ozonioterapia.
Especialistas alertam que a modalidade é uma prática experimental, permitida somente em estudos que sigam critérios definidos e acompanhem a evolução dos pacientes.
Fonte: folhamax