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Novo algoritmo de exame escolar é acusado de preconceito



O Bacharelado Internacional (IB) é uma fundação educacional internacional que, por meio de um exame, concede créditos de ensino superior para alunos do ensino médio. O problema é que a nova fórmula do programa adotada — devido ao cancelamento da prova por conta da Covid-19 — está recebendo duras críticas de especialistas do setor educacional por potencializar a reprodução de padrões de desigualdade existentes para estudantes.

Em anos anteriores, o resultado final do IB era obtido pela combinação dos resultados do exame do Bacharelado Internacional (realizado em filiais espalhadas pelo mundo), de uma nota prévia dos docentes que estimavam os desempenhos dos alunos nesta prova, e de uma atividade complementar realizada pela escola.

Agora, o algoritmo matemático incluirá os dados históricos das instituições educacionais e dos estudantes — e esse é o ponto questionável. Dados de uma escola inteira podem diminuir a nota de alunos brilhantes, sem contar que instituições escolares sem infraestrutura adequada geralmente têm muita rotatividade de alunos, o que pode ocasionar em avaliações mais baixas.

Isabel Canasteda, uma das melhores secundaristas de uma escola do Colorado, ficou chocada ao receber os resultados do IB. Ela havia sido reprovada em vários cursos, incluindo o espanhol, sua língua nativa. A estudante vem de uma família de baixa renda e se esforçava para conseguir o máximo de créditos para reduzir as depesas da família.

O caso de Isabel é uma das ocorrências que evidencia o desfavorecimento de educandos de classes sociais mais baixas. Aproximadamente metade dos 160 mil alunos que realizam a prova do IB são de escolas "Título 1" dos Estados Unidos, com grande número de estudantes de baixa renda.

Para Nicol Turner Lee, diretor do Centro de Inovação Tecnológica da Brookings Institution, os dados são gerados por meio de resultados discriminatórios que o sistema educacional já produz.

Já Esther Rolf, candidata a PhD na Universidade da Califórnia-Berkeley, que estuda a justiça algorítmica, acredita que o modelo adotado traz várias preocupações. "O uso de registros históricos [...] geralmente leva a preconceitos contra indivíduos de grupos menos privilegiados historicamente", afirma.

Fonte: olhardigital
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