Usuários do TikTok lucram filmando o próprio sono
Já imaginou usar as redes sociais para assistir ao sono de outra pessoa? No Tiktok a prática viralizou e tem se tornado muito lucrativa.
Segundo reportagem do The New York Times, essas livestreamings reúnem diariamente milhares de espectadores e propiciam um boom no número de seguidores dos perfis que transmitem os conteúdos.
O jornal cita o caso do jovem Brian Hector, de 18 anos, que foi surpreendido na semana passada ao receber US$ 10 dólares (R$ 46 reais em conversão direta) durante uma live em que filmava o próprio sono.
"Eu levantei na manhã seguinte, encerrei a live, fui até minha mãe e disse: mãe, eu literalmente fiz dinheiro enquanto dormia", disse Hector, ao Times. A conta do garoto já conta com mais de 340 mil seguidores.
Em fevereiro deste ano houve um caso parecido na plataforma Doyuin. Os números, no entanto, são bem mais chamativos. Um jovem chinês arrecadou US$ 11 mil, equivalente a R$ 48 mil (em conversão direta) na época, com uma live do mesmo gênero. O vídeo ultrapassou a marca de 18 milhões de visualizações.
Comunidade
De acordo com pessoas ouvidas pelo The New York Times, o que atrai usuários para as transmissões não é o conteúdo em si, mas a formação instantânea de comunidades nos chats dos vídeos. Em outras palavras, as streams se tornaram plataformas para usuários conversarem e conhecerem novas pessoas. E, no caso do TikTok, o que faz delas especiais é que o conteúdo não fica arquivado na rede social.
"Isso [as lives] cria a chance de chat online em tempo real que não está disponível em nenhum outro lugar do TikTok" disse Todd Neer, um dos entrevistados pelo New York Times. Para ele, o fato das conversas não serem salvas faz com que o usuário converse “com quem estiver lá” e ainda propicia um diálogo mais em "tempo real" se comparado à seção de comentários de um post.
Boa noite, Tesla
O argumento acima faz ainda mais sentido, ao passo que streams de conteúdos diferentes e aleatórios também estão viralizando no TikTok. A única característica em comum, é o retrato de uma paisagem estática, sem muita interferência humana.
Joe Fay, de 24 anos, por exemplo, filmou seu carro Tesla estacionado durante a noite. Ele simplesmente posicionou o celular na janela, plugou o dispositivo a um carregador e começou a transmissão. Na manhã seguinte, o jovem já tinha arrecadado US$ 50 (R$ 231 em conversão direta). Há casos de transmissões ainda que retratam torres de copos empilhados e copos de leite sobre a mesa.
A única preocupação dos streamers parece ser o cuidado para não transmitir informações sensíveis ou indesejadas, como imagens que possam revelar o endereço do usuário. No caso das "lives do sono", a maioria das vezes as imagens se resumem a um plano focado no transmissor dormindo na própria cama.
Esses vídeos ainda podem propiciar efeitos prazerosos e sedativos. Muitos dos streamers adicionam trilhas sonoras leves ou fazem performances relaxantes em seus vídeos antes de dormir.
Fonte: olhardigital