Após 12 homicídios homem se torna pastor e juiz concede liberdade em MT
O juiz Geraldo Fidélis, da Vara de Execuções Penais, concedeu progressão de regime ao presidiário Aclides Marcelo Gomes, conhecido como “Menino Mau”, após cumprir pena de 17 anos em regime fechado. O homem foi condenado a 129 anos de prisão por 12 homicídios cometidos no início dos anos 2000. A decisão é do último dia 18 de dezembro e ele cumprirá o restante da pena em regime semi-aberto.
Aclides ordenou e participou diretamente de, pelo menos, 10 homicídios na região metropolitana de Cuiabá. A maioria na região do CPA. Em um dos casos mais chocantes, a “Chacina do Altos da Serra”, seis pessoas foram mortas, quatro delas foram executadas com tiros, tiveram suas cabeças esmagadas com pauladas e o cérebros esfarelados.
Fora da prisão, o "Menino Mau" será monitorado por tornozeleira eletrônica. De acordo com o magistrado, fatores que contribuiram para a mudança de regime foram: o bom comportamento e o cumprimento de ao menos um sexto da pena, atingida em agosto de 2018.
“Lado outro, vislumbra-se a existência de exame criminológico, evidenciando que “a sua capacidade de entendimento e determinação de seus atos estão presentes e não observo sinais de doença mental. O reeducando, manifesta desejo de reconstruir sua vida, trabalhar e uidar de sua família”, restando, desse modo, preenchido, também, o critério subjetivo, concernente à progressão regimental”, justificou Fidélis.
Além de ser monitorado, Aclides terá que cumprir prisão domiciliar, recolher-se em sua residência diariamente, exatamente no endereço indicado nos autos, no período compreendido entre 20h e 6h do dia seguinte, estando autorizado(a) a sair, por sete) para trabalhar ou buscar emprego.
Ele foi preso em 2001 e ficou até 2003 na Penitenciária Central do Estado (PCE), antigo Pascoal Ramos, em Cuiabá. Depois, foi transferido para o Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), antigo Carumbé.
De Menino Mau a bom pastor
Nascido em 17 de dezembro de 1978, em Rosário Oeste (cidade distante 118 km de Cuiabá), Aclides se dizia pintor de paredes. No Carumbé, o Menino Mau se tornou pastor e uma das principais lideranças evangélicas na unidade prisional. (Reportagem de Luis Vinicius H.N)