Sem Temer, PS terá inauguração parcial e ainda não funcionará
THAIZA ASSUNÇÃO E CAMILA RIBEIRO – MIDIA NEWS
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), anunciou que vai inaugurar o novo Pronto Socorro da cidade apenas parcialmente nesta sexta-feira (28), às 19h, e sem a presença do presidente da República, Michel Temer (MDB) - que cancelou a agenda após uma denúncia da Procuradoria Geral da República.
A inauguração parcial, porém, não implicará no funcionamento da unidade hospitalar, uma vez que a juíza Célia Regina Vidotti, da Vara da Ação Civil Pública e Ação Popular, concedeu uma liminar proibindo o Município de transferir os serviços de saúde para o novo prédio até que seja apresentado o Plano Diretor do Modelo de Gestão a ser implantado no local.
A decisão atende uma ação do Ministério Público Estadual (MPE), que apontou irregularidades na forma como a Empresa Cuiabana de Saúde Pública foi contratada para gerir a nova unidade.
Além da liminar, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) também determinou ao prefeito a suspensão imediata da transferência da gestão do novo Pronto Socorro à empresa.
Emanuel disse que não irá partir para o “enfretamento” com os órgãos de controle, mas frisou que não concorda com as determinações e irá recorrer.
“Existe uma ordem judicial só me permitindo inaugurar, não funcionar. Essa ordem judicial precisa ser cumprida. Por isso, eu vou inaugurar, mas a unidade não vai funcionar, apesar de estar preparada para isso. Aí, nesse meio tempo, final de ano e início de ano novo, nós vamos preparar o convencimento dos órgãos de controle. Já estamos conversando, inclusive, para autorizar o funcionamento da unidade”, disse o prefeito, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (26).
“Eu não vou partir para o enfrentamento com os órgãos de controle. Eu não sou louco. Sou defensor do Estado democrático de direito e respeito as instituições. Agora, eu não sou obrigado a concordar. E, como que no Estado democrático de direito você discorda? Partindo para o convencimento. Já estamos conversando, mas caso não haja entendimento, irei recorrer”, afirmou.
O prefeito declarou, ainda, que uma mudança agora na gestão trará prejuízos para Cuiabá.
“Se não houver outra forma, é claro eu vou ter que mudar [a gestão], não tenho saída. Mas antes eu vou mostrar que é um prejuízo para Cuiabá. O secretário de saúde ficar cuidando de Pronto-Socorro o tempo inteiro quando, na verdade, existe um órgão especializado nisso, que é a Empresa Cuiabana de Saúde, não é bom”, afirmou.
Inauguração parcial
De acordo com Emanuel, nesta sexta-feira (29) será inaugurada o setor ambulatorial, contendo recepção, sala de aplicação de injetáveis, sala de curativos e consultórios de médicos especialistas - como cardiologistas, ginecologista, pequenas cirurgias, endocrinologista, gastroenterologista, dermatologista, clínico geral e psiquiatria.
No dia 29 de janeiro, será inaugurada a segunda etapa do Pronto Socorro, que compreende enfermaria, farmácia, raio x e ultrassom.
A terceira etapa, por sua vez, será inaugurada no dia 25 de fevereiro e inclui a ala de urgência e emergência, duas salas de Unidade de Terapia Itensiva (UTI) e duas salas de cirurgia.
Já no dia 22 de março, será inaugurada a quarta etapa do hospital, que compreende mais três salas de UTI e mais duas para cirurgias.
Conforme Emanuel, a unidade será entregue por completo no dia 8 de abril, aniversário de 300 anos de Cuiabá.
Ausência do presidente
Na coletiva, o prefeito também anunciou que o presidente Michel Temer (MDB) não virá para a inauguração do novo hospital.
O cancelamento da agenda foi confirmada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP).
“O ministro Blairo Maggi me ligou dizendo que o presidente Michel Temer cancelou a vinda dele, não apenas para Cuiabá. Ele ficou muito contrariado em ser denunciado pela Procuradoria Geral da República pela episódio dos Portos e cancelou todas as aparições públicas dele nesses grandes eventos, especialmente [em eventos] do Programa Chave de Ouro”, disse.
“Ele não foi em Pombinhas entregar a maior escola tempo integral no País, não vai em Goiânia, não vai à Natal, enfim. Ele será representando pelos ministros e Cuiabá é grato pelo presidente Michel Temer pelos R$ 100 milhões investidos no maior hospital público de Mato Grosso”, pontuou.