Facebook processa vendedora de domínios usados em golpes online
Você com certeza já ouviu falar sobre a gigantesca quantidade de golpes online que usam endereços semelhantes aos de serviços legítimos como forma de levar os usuários a entregarem seus dados. Agora, o Facebook está tomando atitudes contra uma vendedora de domínios online justamente por isso, afirmando que a empresa infringe seus direitos de marca ao permitir que os clientes comprem URLs semelhantes às de seus serviços.
O processo foi aberto pelo Facebook contra uma companhia chamada Namecheap, sediada no estado americano do Arizona, e incluiu 45 domínios vendidos por ela a diferentes clientes. Entre os exemplos citados na ação estão URLs claramente mal intencionadas como instagrambusinesshelp.com, whatsappdownload.ste e facebo0k-login.com, que a rede social afirma estarem sendo usadas para ataques de phishing.
De acordo com comunicado da companhia, os domínios apareceram em buscas rotineiras da empresa, justamente voltadas para proteger seus usuários de fraudes desse tipo. O Facebook estaria sabendo dos domínios desde outubro de 2018 e chegou a enviar notificações ao Whoisguard, um serviço de proteção de URLs e dados de seus proprietários, para conseguir mais informações sobre os responsáveis diretos, mas não obteve sucesso.
A ausência de respostas do serviço de proteção durou até fevereiro, quando o Facebook decidiu seguir adiante e registrar ação contra os proprietários pelas vendas. O comunicado do Facebook é assinado por Christen Dubois, diretor de marcas e litígios da rede social.
A Namecheap afirmou que faz suas próprias checagens de segurança quanto ao uso dos domínios vendidos por ela, mas que, ao mesmo tempo, também protege a privacidade de seus clientes. A empresa acusa o Facebook de não agir da mesma forma e, sendo assim, usar forças legais para quebrar o sigilo de informações dos usuários quando não pode fazer isso ela mesma, a partir de seus próprios serviços.
Na declaração, a companhia afirma que não entrega dados de seus usuários sem o devido processo legal, envolvendo mandados judiciais, e que ação movida pelo Facebook é uma tentativa da rede social de forçar sua mão a fazer isso. Em casos de quebra de marca, a Namecheap disse que auxilia os atingidos a buscarem seus direitos, mas indica que esse não foi o motivo real da atitude tomada agora pela gigante.
Não é a primeira vez que o Facebook utiliza esse argumento para processar uma empresa de venda de domínios. Ele também tem um processo em andamento contra a OnlineNIC desde outubro do ano passado, justamente pela comercialização de duas dúzias de URLs que estariam sendo usadas para fins maliciosos. A empresa de registros já tem uma derrota semelhante anterior, quando a justiça deu razão à operadora de telefonia Verizon em um caso semelhante, no valor de US$ 33,2 milhões, envolvendo mais de 660 endereços.
Fonte: canaltech