Casa de Guimarães recebeu R$ 35 milhões do Governo desde 2011
Pagamentos constam dos registros do Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças de Mato Grosso (Fiplan)
A Associação Casa de Guimarães, principal alvo da Operação Pão e Circo, deflagrada pelo Gaeco na manhã desta terça-feira (22), recebeu mais de R$ 35 milhões por meio de contratos com o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa no período sob investigação, entre 2011 e 2018.
O montante consta nos registros de pagamentos do Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (Fiplan) e se refere a empenhos efetivamente pagos -sem considerar estornos e processos ainda em liquidação.
Somente na atual gestão, a entidade recebeu um total de R$ 13.299.559,24 relacionados a 42 empenhos. Entre os eventos realizados pela entidade no período, estão o Vem para Arena, a Expoagro e o Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães.
Entre os registros, um dos mais expressivos é o pagamento de R$ 2.289.690,00 pela realização do evento Chapada Encantada, uma ação que levou decoração natalina e atrações musicais à praça central de Chapada dos Guimarães, em dezembro de 2016.
O maior volume de recursos pago por uma ação, porém, foi em 2014, sob responsabilidade da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo FIFA 2014: R$ 13 milhões, pela realização do FIFA Fan Fest, que reuniu milhares de torcedores no Parque de Exposições de Cuiabá
Ao todo, entre 2011 e 2014, a Casa de Guimarães recebeu um total de R$ 22.250.166,00. Além da ação na Copa do Mundo, destaca-se no período um total de R$ 3,6 milhões recebidos para a organização de três edições do Festival de Inverno de Chapada.
No total, segundo o Fiplan, a associação recebeu R$ 35.480.118,24 no período sob investigação.
Pão e circo
Segundo a Promotoria, a operação investiga indícios de constituição de constituição de organização criminosa, peculato, falsidade ideológica, fraude em licitações e lavagem de capitais.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas sedes da Casa de Guimarães, em Cuiabá e Chapada.
"A realização de buscas e apreensão de documentos tem por finalidade a obtenção de provas para subsidiar as investigações em curso", disse a Promotoria, em nota à imprensa.
O Gaeco não informou os nomes dos alvos da ação. A Casa de Guimarães tem como gerente-executiva a empresária Erika Abdala.