Não aceitamos essa conversa de intervenção militar, desdenha Pedro Taques
Governador comentou sobre grupo de manifestantes que, cantando hino nacional, clamavam por intervenção na porta do Exército
Após reunião do Comitê de Crise do governo nesta terça-feira (29), o governador Pedro Taques comentou a ação dos manifestantes que clamam por uma intervenção militar no país. Esses, Taques classificou como “malucos”. O governador ainda destacou que a saída para os males da democracia é, na verdade, mais democracia.
Na segunda-feira (28), apoiadores da greve dos caminhoneiros se dirigiram ao 44º Batalhão de Infantaria Motorizada do Exército, no bairro Duque de Caxias, para pedir a intervenção militar. Na ocasião, o pequeno grupo, trajado de verde e amarelo e carregando a bandeira nacional, se ajoelhou no chão, cantou o hino nacional e gritou palavras de ordem como “fora, Temer” e “Intervenção militar já!”. Segundo a Polícia Militar, o evento tinha quase 500 pessoas.
Também, o pedido de intervenção é feito por parte dos caminhoneiros, que estampam em seus veículos diversas faixas com palavras de ordem. Essas pessoas, Taques classificou como “malucos” e “baderneiros”.
“Eu penso que esses são malucos. Não há nenhum regime melhor que a democracia. Os males da democracia nós combatemos com mais democracia. Precisamos de mais democracia. Não aceitamos essa conversa de intervenção militar. Vivemos em um regime democrático e é bom que assim seja”, pontuou.
Taques também citou o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, que recentemente fez uma declaração contra o pedido de intervenção, ilustrando que nem mesmo os militares apoiam a medida.
“Quero elogiar o comportamento dos comandos militares. Uma declaração do comandante do Exército recentemente, general Villas Boas, nesse sentido. São pessoas que não têm conhecimento da constituição e as Forças Armadas estão fazendo o seu papel: cumprindo o que diz a constituição”, finalizou.
O governador também destacou que as manifestações já assumem caráter diferente do motivo inicial e observou que o movimento já ‘descamba para a falta de interesse e à junção com baderna”. Disse ainda que a greve teria assumido caráter político e afirmou: “isso nós não vamos permitir”.
No último sábado (26), Taques decretou estado de emergência para Mato Grosso e adotou uma série de medidas referentes à greve dos caminhoneiros, que nesta quarta-feira (30) foi encerrada, ainda que não completamente, em seu décimo dia. No documento, além da criação do Comitê de Crise, que atua desde domingo (27), ele ainda autorizou as forças de segurança do Estado a se juntarem às forças armadas para a desobstrução das vias.