Para Botelho, governo terá que paralisar algumas obras por conta dos prejuízos da greve
Duplicação da Estrada da Guia (MT-010) pode não acontecer
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), declarou que algumas obras do Governo do Estado podem ser paralisadas neste ano em decorrência dos prejuízos causados pela greve dos caminhoneiros e pelo acordo do governo federal de zerar a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis para tentar baixar o preço nas bombas.
Na tarde desta segunda-feira (28), o secretário de Fazenda, Rogério Gallo, comunicou que o estado está sofrendo prejuízo de aproximadamente R$ 7 milhões por dia em arrecadação. Com a perda do recurso da Cide, o governo pode perder mais de R$ 100 milhões, caso a greve não termine nos próximos dias.
Como existem obras no estado sendo realizadas com recursos da Cide, Botelho acredita que algumas delas podem parar, pois o governador Pedro Taques (PSDB) não terá de onde tirar dinheiro para concluí-las.
“Tem algumas obras que estão sendo tocadas com o recurso da Cide. Com o fim da Cide também vai ser uma perda para o governo, algo em torno de R$ 50 milhões que ele estava contando até o fim do ano. Eu credito que o governo vai ter que rever algumas obras, paralisar algumas delas e readequar isso, porque a perda vai ser de mais de R$ 100 milhões”, disse o deputado em entrevista à radio Capital FM, na manhã desta terça-feira (29).
“O governador vai ter que adequar este orçamento e paralisar algumas obras, achar aquelas que não são tão prioritárias e paralisá-las. Na minha opinião é isso, porque a saúde não pode mais ser sacrificada, a segurança não tem por onde, a educação não tem como tirar nada. Vai precisar parar algumas obras para compensar esta perda, que com certeza vai ter”, avaliou.
Dentre as obras realizadas com o recurso da Cide estão a construção de pontes na Estrada da Guia e a duplicação da Rodovia MT-010, com a previsão de ser concluída até o fim de 2018.
A greve dos caminhoneiros chegou nesta terça-feira ao nono dia e ainda parece não ter data para terminar. De acordo com o levantamento da Polícia Rodoviária Federal, os manifestantes continuam em pelo menos 30 trechos em rodovias de Mato Grosso, fato que vem refletindo nos postos de combustíveis, supermercado e transporte público nos municípios do estado.