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Três índios Xavantes morrem no mesmo dia em MT



Três índios da etnia Xavante morreram em decorrência da Covid-19, em Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, nessa terça-feira (30). Já são 102 indígenas Xavantes infectados pelo novo coronavírus e 13 mortos.

Os índios mortos nessa terça-feira tinham 40, 42 e 90 anos. Todos estavam internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), mas não resistiram ao vírus e morreram.

O idoso, segundo a prefeitura de Barra do Garças, tinha hipertensão. Já os índios de 40 e 42 anos tinham problemas renais e diabetes, respectivamente.

As vítimas não tiveram a identidade divulgada. O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), Clarêncio Urepariwe, explicou que, na cultura Xavante, a família evita divulgar imagens dos mortos para que não fiquem lembranças.

“Quando alguém falece todos os seus objetos são queimados para evitar a lembrança e a saudade. Acreditamos que o falecido não pertence mais no mundo visível e materialidade”, explicou.

Apesar disso, a etnia está em luto em respeito aos indígenas mortos nos últimos dias.

“A gente é tudo parente. Quase todo mundo se conhece. O falecimento de um ente querido é a tristeza de todos”, ressaltou Urepariwe.

Líder Xavante infectado

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Barra do Garças, por causa da Covid-19, os xavantes ocupam 18 dos 33 leitos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e a metade dos 8 leitos de UTI do Hospital Municipal.

O prefeito informou, nessa terça-feira, que 98% das UTIs para Covid-19 estão ocupadas. Ele afirmou que a taxa de ocupação aumentou após o salto no número de indígenas infectados na região.

Rituais

Os xavantes são o 4º maior povo indígena do país. Cerca de 23 mil pessoas vivem na região leste de Mato Grosso.

Nesta época do ano, os xavantes costumam realizar vários rituais, como o de perfuração da orelha, que marca a passagem da adolescência para a vida adulta e que ocorreu há cerca de duas semanas na aldeia São Marcos em Barra do Garças.

Em um vídeo gravado por um morador da aldeia, é possível ver que não há o distanciamento mínimo recomendado de 1,5 metro e que ninguém está usando máscara de proteção. O líder indígena, Rafael Wéré É, diz que falta orientação adequada por parte das instituições responsáveis.

Em reunião por videoconferência, realizada nessa terça-feira, com o prefeito do município, a ministra a Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que vai atuar no Comitê Nacional de Articulação das Ações de Enfrentamento ao novo coronavírus nas aldeias indígenas Xavante em Barra do Garças.

A ministra Damares disse ainda que vai levar ao presidente Bolsonaro e ao Comitê as sugestões feitas pelo senador Wellington Fagundes e pelo prefeito de implantação de barreiras sanitárias, da criação de um hospital de campanha com 20 leitos e a presença do Exército para evitar o deslocamento dos indígenas, a entrada de brancos nas terras e se for necessário, até o lockdown (isolamento total) nas aldeias.

Fonte: folhamax
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