Cientistas criam 'átomos gigantes' para aprimorar a computação quântica
Cientistas do MIT descobriram uma nova maneira de melhorar os qubits - ou bits quânticos - frágeis e suscetíveis a erros que compõem um circuito de computação quântica. Trata-se da construção de "átomos gigantes" artificiais e supercondutores, acoplando-os a vários átomos comuns.
A pesquisa, publicada na revista Nature, sugere que este novo tipo de átomo pode ajudar a produzir computadores quânticos mais práticos. Isso porque os átomos gigantes são mais fáceis de controlar e muito mais difíceis de serem destruídos durante operações normais.
"Isso nos permite investigar experimentalmente um novo regime da física de difícil acesso com átomos naturais", disse o engenheiro do MIT, Bharath Kannan, em comunicado.
O problema com os qubits tradicionais é que eles podem se comunicar bem com os qubits adjacentes, mas as informações enviadas por um circuito quântico mais longo tendem a decair.
Por outro lado, os átomos gigantes podem ser ajustados para não apenas melhorar a fidelidade das informações, mas também podem ser impedidos de transmitir até que sejam necessários, o que é outro problema com os qubits existentes.
Descoberta de medicamentos
O uso da computação quântica se expande cada vez mais para diversos segmentos. A startup norte-americana Menten AI, por exemplo, pretende aplicar o potencial dessa tecnologia para descobrir novos medicamentos.
A ideia da companhia é construir fármacos com base em novas proteínas projetadas do zero. Para isso, eles apostam na combinação de pesquisa científica, computação quântica e machine learning (aprendizado de máquina).
A startup trabalha principalmente com peptídeos. Essas estruturas correspondem a ligações de dois ou mais aminoácidos e podem apresentar benefícios para o corpo, incluindo a redução de inflamações. Peptídeos que apresentam cadeias com mais de 70 aminoácidos são classificados como proteínas.
O CEO da empresa, Hans Melo, destaca que essas estruturas têm a capacidade de atravessar membranas e se combinarem com alvos dentro da células que muitas vezes são incompatíveis com os elementos usados por medicamentos de outras categorias.
Apesar disso, Melo reconhece que atualmente não há evidências de que o uso da computação quântica é capaz de acelerar o ritmo de pesquisa ou oferecer vantagens em relação ao uso da computação tradicional. Neste sentido, a Menten AI propõe uma maneira diferente de resolver desafios que pode resultar em novas soluções.
Fonte: olhardigital