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Sistema do Vaticano é invadido por hackers chineses, diz empresa de segurança



O Vaticano e a Diocese Católica de Hong Kong foram alvos de supostos ataques hackers vindos de cribercriminosos chineses apoiados pelo Estado.

De acordo com a Recorded Future, empresa de segurança cibernética que detectou as invasões pela primeira vez, os ataques ocorreram em razão das negociações de renovação de um acordo histórico que ajudou nas relações diplomáticas entre o Vaticano e a China.

As invasões, que foram atribuídas a um grupo chamado RedDelta, começaram em maio e tinham como suposto objetivo dar à China vantagens sobre as próximas negociações. "A suspeita de invasão no Vaticano ofereceria ao grupo uma visão da posição negocial da Santa Sé antes da renovação do acordo em setembro de 2020", descreve a empresa de segurança.

Além disso, a invasão pode fornecer "informações valiosas" sobre a posição das entidades católicas de Hong Kong no movimento pró-democracia. Ao ser questionado sobre o assunto, o Ministério das Relações Exteriores da China negou qualquer envolvimento do país no caso e chamou a descoberta de "especulação infundada".

As informações da empresa ainda apontam que os ataques continuaram até 21 de julho. O mais expressivo deles incluía uma aparente tentativa de phishing usando um documento em papel timbrado da Secretaria de Estado do Vaticano direcionado ao chefe da Missão de Estudo de Hong Kong.

Acordo

Atualmente, estima-se a presença de 12 milhões de católicos na China. Eles estão divididos entre os que fazem parte da Associação Patriótica Católica Chinesa, apoiada pelo governo – que não reconhece o papa -, e uma igreja que é leal a ele.

Um acordo histórico de 2018 entre a Santa Sé e a China sobre nomeações de bispos teve como objetivo reunir ambos os grupos, regularizando o status de sete bispos que não eram reconhecidos por Roma e diminuindo a distância entre o país e o Vaticano.

No entanto, alguns dos fiéis chineses têm profundas ressalvas sobre o acordo, vendo-o como um esgotamento para o governo comunista e uma traição de sua longa lealdade ao papa.

Acusações

A China nega veementemente a participação em um programa patrocinado pelo Estado para roubar segredos comerciais ou informações sensíveis de governos pela internet, e diz que está entre as maiores vítimas de ataques de hackers. Os EUA contestam isso e dizem que rastrearam diversas invasões cibernéticas que estavam ligadas diretamente aos militares chineses.

No início deste mês, o estado de Washington indiciou dois cidadãos chineses por supostamente terem iniciado ataques de hackers contra empresas dos EUA e de outros países. O Departamento de Justiça também disse que hackers que trabalham com o governo chinês têm como alvo empresas que desenvolvem vacinas para o coronavírus. A China se defendeu e disse que Washington não forneceu informações para apoiar as acusações.

Fonte: olhardigital
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