Header Ads

Covid-19: número de infectados no país dobrou em um mês e meio, diz estudo



A quantidade de brasileiros que já foram infectados pela Covid-19 dobrou em um mês e meio. Segundo dados da pesquisa EpiCovid-19 BR, a taxa da população com a doença saltou de 1,9% para 3,8% entre a metade de maio e fim de junho, enquanto a adesão às medidas de isolamento social diminuiu no mesmo período.

Os dados divulgados na quinta-feira (2) ainda revelam que a quantidade de pessoas que dizem ficar sempre em casa diminuiu de 23,1% para 18,9%, enquanto aqueles que dizem sair diariamente aumentaram de 20,2% para 26,2%.

Os resultados foram baseados na aplicação de testes rápidos de anticorpos e entrevistas com 89.397 pessoas em 133 cidades do país. Conduzida pelo Ibope e coordenada pela UFPel (Universidade Federal de Pelotas), a pesquisa foi patrocinada pelo Ministério da Saúde, que bancou a contratação dos pesquisadores e forneceu os testes sorológicos chineses usados ao longo do trabalho.

O aumento de 1,9% para 3,8% é a taxa de prevalência "corrigida", que leva em conta o peso de cada cidade na população do país e o peso da amostragem de pessoas testadas dentro de cada cidade.

Aplicando diretamente as proporções corrigidas à população de 211,7 milhões de pessoas do Brasil, o estudo indica que, em um mês e meio, o número de brasileiros que contraíram o coronavírus aumentou de cerca de 4 milhões para 8 milhões.

No entanto, os pesquisadores não endossam esse cálculo simples, ainda, pois uma estimativa mais precisa requer um cruzamento dos dados da pesquisa com o mapeamento dos casos confirmados pela doença feitos pelos governos estaduais.

Dados regionais

O município com maior prevalência da doença no país, dentre os 133 investigados, foi Sobral, no Ceará, com 26,4% da população amostrada já tendo tido contato com o coronavírus. Entre os cinco mais afetados estão também Boa Vista (RR), com 22,6%; Fortaleza (CE), 20,2%; Santarém (PA), 17,9%; e Maceió (AL), com 16%.

O estudo revela que a região Norte foi a única do país que não teve aumento no predomínio da Covid-19. Apesar de ter sido muito atingida pela epidemia, esta teve uma ligeira queda de prevalência do início para o fim de junho, de 9% para 8%, que segundo os pesquisadores está dentro da margem de erro.

O município do Rio, por outro lado, apresentou uma alta prevalência na pesquisa, de 10,3%. Em São Paulo, onde foi detectado o primeiro caso de Covid-19 do país, a prevalência no fim de junho estava em 1,4%, o que representa uma queda em relação ao início da pesquisa.

Grupos mais expostos ao coronavírus

A EpiCovid-19 BR também mostra que, desde o início da pandemia no Brasil, os grupos sociais mais marginalizados são os que estão mais expostos ao Sars-Cov-2. Enquanto os 20% mais ricos da população apresentaram uma prevalência de 1,8% para o novo coronavírus no fim de junho, os 20% mais pobres tinham prevalência de 4,1%.

Já o recorte por raça mostra que os indígenas foram os mais expostos (5,4% do grupo), seguidos pelos pardos (3,1%) e pretos (2,5%). Brancos e asiáticos apresentaram 1,1% e 2,1% de prevalência, respectivamente.

Os pesquisadores agora negociam fundos para dar continuidade ao projeto, mas nada foi anunciado oficialmente até então.

Fonte: olhardigital
Tecnologia do Blogger.