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Entenda como será o híbrido entre homem e animal aprovado no Japão


O Japão é conhecido por sua tecnologia avançada e por suas grandes inovações nessa área. Eles ocupam um espaço de extrema importância no desenvolvimento tecnológico de todo o mundo, ampliando o mercado automobilístico, eletrônico, robótico e virtual, com vista no futuro da sociedade. Não é à toa que os japoneses são considerados super inteligentes por grande parte das pessoas mundo afora. Além de outras pontos de destaque, como o ensino rigoroso, o mundo dos videogames e, é claro, as bizarrices.

E agora, uma das coisas que também serão vistas no Japão é um híbrido entre homem e animal. Para isso, o biólogo de células-tronco, Hiromitsu Nakauchi, está esperando há mais de uma década. Depois de anos de planejamento, o pesquisador foi persistente e, finalmente, conseguiu receber a aprovação do governo que está disposto a buscar um dos estudos científicos mais controversos existentes. Ou seja, decidiu fazer experimentos com embriões humanos e animais.

Ao contrário do resto do mundo, que tem restringido, defraudado ou até mesmo proibido práticas como essas, que têm junto com elas vários precedentes éticos, o Japão abriu essa ‘provável’ caixa de Pandora. No começo do ano, o país tornou legal o transplante de embriões híbridos em animais de aluguel e também a possibilidade de trazê-los à vida.

Pesquisa

Nakauchi é o principal pesquisador de células-tronco, na Universidade de Tóquio e na Universidade de Stanford, e foi indo de país em país, atrás do seu sonho de fazer órgãos humanos, personalizados em animais. Como por exemplo, ovelhas ou porcos.

Com a oportunidade de fazer seus experimentos, Nakauchi espera que consiga transformar a vida de várias pessoas. Apenas nos Estados Unidos, por exemplo, são mais de 116 mil pacientes na lista de espera para transplantes.

Atingir essa meta ainda está longe, mas pelo menos a sua pesquisa já pode ir para o próximo passo, com o sinal verde que recebeu das autoridades japonesas. Desde a proibição, que aconteceu em 2014, Nakauchi foi o primeiro a receber uma aprovação do governo. Ele planeja levar sua pesquisa com cautela, para que as pessoas possam recuperar a confiança em seu trabalho e também compreendê-lo.

“Não esperamos criar órgãos humanos imediatamente, mas isso nos permite avançar em nossa pesquisa com base no know-how que conquistamos até o momento”, explicou.

Ele começará os seus experimentos pela injeção de células-tronco pluripotentes, induzidas pelo homem em embriões de ratos e camundongos. Todos serão manipulados para que não consigam produzir o pâncreas, para, posteriormente, as células híbridas se ocuparem de criá-lo.

Objetivo

O objetivo é que esse embrião de roedores use as células humanas para construir um pâncreas. E a equipe observará o desenvolvimento e crescimento desses embriões por dois anos. Eles vão ficar monitorando seus órgãos e cérebros em todo o processo. Então depois disso é que eles pedirão para fazer o experimento com porcos.

Os embriões humano-animais foram criados no passado como embriões de porcos-humano e ovinos-humano, e por isso, nunca foram autorizados a nascer. A maior das preocupações da pesquisa é ver onde as células-tronco humanas vão de fato entrar em um animal. E quais os tipos de célula onde elas poderiam se desenvolver uma vez injetadas.

O estudo de Nakauchi e sua equipe é apenas para o pâncreas, e se eles virem que mais de 30% dos cérebros dos roedores são humanos, o experimento será suspenso. Isso faz parte das condições impostas pelo governo japonês, para que não exista um animal “humanizado”.

“Estamos tentando garantir que as células humanas contribuam apenas para a geração de certos órgãos. Com a nossa nova geração de órgãos, não precisamos nos preocupar com células humanas integrando onde não queremos. Então, deve haver menos preocupações éticas”, concluiu.
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