Taques diz que confia em secretário citado por MPE e descarta exoneração
Governador disse que participava de reuniões sobre a licitação do transporte e ressaltou confiança em Marcelo Duarte
Marcelo Duarte, secretário de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) não deverá sofrer sanção do governador Pedro Taques (PSDB). Isso porque, em entrevista à imprensa, o chefe do Executivo estadual já descartou a possibilidade de exoneração. No primeiro escalão do governo, Duarte foi citado em investigação pelo Ministério Público do Estado.
Trata-se da Operação Rota Final, originada pelas investigações da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz) e deflagrada no dia 25 de abril, que investiga esquema de fraude nas concessões de transporte interestadual. Conforme o MPE, a investigação começou após uma denúncia anônima. O caso envolve servidores da Sinfra e da Agência de Regulação de Serviços Públicos Delegados (Ager).
Embora não tenha sido alvo de mandados de busca e apreensão ou prisão preventiva, Duarte foi citado pelo MPE como possível facilitador do esquema. O grupo criminoso estaria tentando impedir a realização de licitação de R$11 bilhões para o transporte coletivo, que inicialmente era conduzido pela Ager e passou a ser de responsabilidade da Sinfra devido a “vagareza” do andamento.
Sobre o caso, o governador descartou exonerar o secretário e disse confiar plenamente no trabalho de Duarte. Taques destacou que, inclusive, Duarte foi uma das pessoas que mais cobraram a realização da nova licitação.
Ainda segundo o governador, ele próprio participou de e várias reuniões sobre o assunto, desde que assumiu o mandato. Ele lembrou ainda que o nome de Duarte sequer foi citado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, se referindo ao desembargador Guiomar Teodoro, responsável pelo caso.
A licitação no transporte intermunicipal era uma demanda do Ministério Público desde 2007, quando o governo do estado e o MPE firmaram Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a realização do certame, segundo o governador.
Por conta do esquema, o ex-presidente interino da Ager, Luís Arnaldo Faria de Mello teve a nomeação revogada no último dia 27. Ele havia sido nomeado por Taques após a saída de Eduardo Moura (PSD), que deixou o cargo por determinação do partido.