JOGADA AOS LEÕES: Juíza lembra sacrifício pelo Estado e teme ser executada pelo CV
Selma Arruda negou ter quebrado protocolos e contou que recebeu ameaça na última sexta-feira
A juíza aposentada Selma Rosane Santos Arruda criticou novamente a decisão da comissão do Tribunal de Justiça em retirar sua escolta pessoal por quebra de protocolo. Segundo ela, sua segurança está mais vulnerável, uma vez que toda a população tem o conhecimento de que ela não conta mais com uma equipe de policiais e carro blindado. “Tornar público o fato de que uma pessoa agora não possui nenhum tipo de proteção, é quase um crime. É como me botar numa jaula de leões esperando que eu seja executada”, afirmou a pré-candidata ao Senado em entrevista a Rádio Capital FM.
Selma afirmou ainda que não quebrou os protocolos de segurança impostos aos magistrados que usam escolta. Mesmo na condição de pré-candidata e em contato com a população, entende ter direito ao benefício, já que segue recebendo ameaças. “Sacrifiquei anos da minha vida, convivência familiar, não saio para lugar algum, e o que tenho feito são palestras e reuniões fechadas. Não sei de onde tiraram que estou quebrando algum tipo de protocolo. Mesmo que fosse um evento político, teria o direito, por ter me arriscado muito para cumprir a lei neste estado”, frisou.
A ex-juíza garantiu que continua recebendo ameaças por conta da sua atuação de combate ao crime organizado no Estado. A última ocorreu na semana passada. “Recebi várias ameaças e a última delas, inclusive, na última sexta-feira. Em março, recebi outra, do Comando Vermelho. Em dezembro, a Corregedoria do TJ me passou que integrantes da facção estariam comprando fuzis e sabiam sobre meus atos cotidianos, inclusive em Chapada dos Guimarães”, pontuou.
Ela contou anda que, mesmo aposentada, está entre os magistrados mais ameaçados do Brasil. “Esta semana mesmo saiu uma lista do CNJ com os 110 juízes mais ameaçados. Estou entre os 38 mais vulneráveis”, citou.
A magistrada aposentada colocou que vai recorrer da decisão no próprio Tribunal de Justiça, mas já admite atuar com seguranças privados devido aos riscos que ainda corre. “Da mesma forma que o cidadão de bem leu essa notícia, os do mal também o fizeram, o que me deixa muito mais vulnerável. Caso isso não aconteça, vou tomar outras medidas necessárias para garantir a minha segurança”.