Header Ads

Delatores indicaram deputado como um dos maiores beneficiários

bc0d7b15db5cb9b234487c5e936d9668

FONTE: MIDIA NEWS

Mauro Savi, que já era alvo da 1ª fase, foi preso pelo Gaeco nesta quarta-feira (09)

Preso preventivamente nesta quarta-feira (09), durante a 2ª fase da Operação Bereré, o deputado estadual Mauro Savi (DEM) já era apontado como um dos maiores beneficiários do esquema de desvio e propina no Detran-MT desde o início das investigações.

Além de Savi, também foram presos o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques; o sócio e irmão de Paulo Taques, Jorge Taques; o ex-diretor-presidente da EIG Mercados (empresa pivô do esquema), José Kobori; e os empresários Roque Anildo Reinheimer e Claudemir Pereira dos Santos, sócios da Santos Treinamento, empresa que, segundo as investigações, era usada para lavagem do dinheiro desviado do órgão.

A operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) apura esquema de fraude, desvio e lavagem de dinheiro no âmbito do Detran-MT, na ordem de R$ 27,7 milhões, que operou de 2009 a 2015.

Citado por delatores

O deputado foi mencionado pelos delatores como um dos líderes do esquema e pessoa que tinha controle político do Detran-MT durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa.

Um dos delatores que citou Savi foi o ex-assessor de Silval, Silvio Araújo. Ele contou que o ex-presidente do Detran, Teodoro Lopes, o “Dóia” (também delator), chegou a entregar uma sacola com R$ 400 mil a Silval, para abastecer a campanha de 2010.

De acordo com Silvio, apesar de Dóia presidir a autarquia, quem tinha o controle político do Detran na época era Mauro Savi.

“Tanto é que o presidente Teodoro Lopes, Dóia, era pessoa de sua confiança, e portanto pessoa por ele indicada a ocupar o cargo, sendo que mesmo com a saída de Teodoro da autarquia Mauro Savi continuou a ser o responsável politicamente pelo local”.

O empresário Antonio Barbosa, irmão de Silval, também mencionou Savi como integrante do esquema.

Ele relatou que, em 2010, um representante do então deputado federal Pedro Henry compareceu em seu escritório e perguntou se ele sabia do “retorno” dos valores pagos à empresa FDL (atual EIG Mercados).

Posteriormente, o empresário disse que se reuniu com Henry, ocasião em que o parlamentar deu detalhes “de como funcionavam os serviços prestados pela empresa e como seria feito o pagamento de propina, caso ele aceitasse”.

Conforme o irmão de Silval, dentre os beneficiados pela propina estavam os deputados Mauro Savi e Eduardo Botelho, além do próprio Pedro Henry.

O próprio Dóia detalhou a participação do parlamentar dentro da organização criminosa. Ele disse que o esquema começou em 2009, ocasião em que Savi o indicou para chefiar o Detran-MT.

Para a efetivação do esquema, segundo Dóia, a EIG Mercados pagou, a título de propina, R$ 1,5 milhão para o ex-Silval e Savi (R$ 750 mil para cada), no intuito de garantir que seria a vencedora da licitação na autarquia.

Segundo Dóia, após a EIG vencer o certame, foi criada uma organização criminosa envolvendo ele, os deputados Eduardo Botelho e Mauro Savi; o ex-assessor de Silval, Silvio Araújo; e os empresários Marcelo da Costa e Silva, Eduardo da Costa e Silva, Claudemir Pereira dos Santos e Rafael Yamada Torres, “a fim de garantir a continuidade do contrato”.

“Foi formada uma rede de proteção em troca do recebimento de vantagens pecuniárias da parte da FDL, de propina na ordem de 30% do valor recebido pela FDL do Detran/MT, repassado por intermédio de empresas que foram criadas em nome dos integrantes da rede de proteção do contrato”.

Dóia disse que chegou a tentar interromper o esquema, mas foi ameaçado pelo assessor de Savi, Dauton Vasconcellos. O deputado ainda teria lhe dado 400 cabeças de gado, avaliadas em R$ 400 mil, para que não prejudicasse o esquema.

O ex-deputado José Riva, que é condenado e réu confesso em vários esquemas de corrupção no Estado, disse que Savi chegou a convidá-lo a participar dos crimes.

Já o deputado negou os crimes e disse que irá refutar as acusações dos delatores na Justiça.

“Ainda tenho mandato para terminar e vou terminar olhando nos olhos das pessoas. Fui o mais votado da Assembleia, com 55 mil votos. Quarto mandato de deputado. Nada me assusta. E vou responder pelos ‘diz que’ e pelos ‘acho’ de delatores na Justiça. E, se tiver que responder a vocês, eleitores, será nas urnas”, disse.

Segundo as investigações, parte dos valores repassados pelas financeiras à EIG Mercados por conta do contrato com o Detran retornava como propina a políticos, dinheiro esse que era “lavado” pela Santos Treinamento – parceira da EIG no contrato - e por servidores da Assembleia, parentes e amigos dos investigados.

Mauro Savi, que foi alvo da 1ª fase da operação, deflagrada em março, também teve os bens e contas bloqueados em até R$ 27,7 milhões pelo desembargador José Zuquim Nogueira, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT).

Tecnologia do Blogger.